Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

domingo, 4 de janeiro de 2009

O MUNDO ANDA (MUITO) ASSANHADO!



Não é novidade mas vê-se que os habitantes desta bola azul andam crispados. Cada vez mais. Desesperantemente, mais. Apetecia-me fazer o exercício (fácil) de enumerar os conflitos, as desgraças, as aflições, as ameaças e os desencantos de 2008 e as projecções para 2009. Bastava começar pelo conflito em Gaza e não parava tão cedo. Hoje, não vou por aí.


Vou optar por, de uma forma ligeira, focar algumas realidades internas que gostaria de ver concretizadas: vencermos de uma vez por todas a arrogância e o preconceito. Dizermos sim à realização, com Espanha, do Campeonato do Mundo de Futebol. Não é pelo futebol, é pela capacidade de iniciativa conjunta. Só os fracos ou medíocres têm complexos. Sabia que muitos espanhóis dizem: cresci olhando o horizonte e pensando, ali, fica Portugal!


Seria bom que o Mourinho regressasse e nos fizesse viver, interna e externamente (importantíssimo), verdadeiras alegrias e, assim, projectarmos além fronteiras valor, disciplina e classe. Não basta chamar ao Brasil país irmão, é preciso levar a Comunidade Lusófona para a frente dos negócios (as crises geram oportunidades) e da influência mundial e, ao mesmo tempo, assumir o papel de Nação da Economia dos Mares e das Energias Sustentáveis. Já demos bons passos (Viana do Castelo, Amareleja).


Seria magnífico saber que a nossa Educação Básica ganhou um prémio qualquer de melhor do mundo. Que temos, pelo menos, uma (ou duas) Universidades nas 100 melhores do planeta. Que os hospitais privados ganham em função das filas de espera cada vez menores e dos certificados de qualidade internacionais. Que os Bombeiros ganham por hectare de mata verde conservada e não enfrentam dificuldades financeiras tamanhas que os impede de cumprir os objectivos que querem prestar à população e que esta espera deles. Que os doentes não morram à espera de um 112 que não chega ou não atende. Que Lisboa fica menos poluída por que entram menos carros na capital já que os comboios, devidamente vigiados, combatem a violência e o medo dos passageiros em viajar neles.


Que as Forças Armadas sejam prestigiadas e os seus feitos não sejam esquecidos e os ex combatentes não enfrentem diariamente a miséria e o desespero. Que a nossa Polícia sejam apoiada (vejam como se faz no Canadá, por exemplo), que não tenha de comprar a farda e não ter dinheiro para sustentar dignamente a família. Que a Justiça pare e pense.


Que a beleza, a dignidade e a herança do nosso Património (de Norte a Sul) não caia, deteriorado, por falta de obras de conservação. Que os nossos cientistas nos surpreendam cada vez mais com as suas descobertas e levem sob a bandeira o prestígio a sua capacidade mundo fora. Que não esqueçam a força da nossa língua e que em 2011 seja um idioma uniforme e vivo. A 1 de Janeiro de 2009, o Brasil tornou-se no primeiro país de língua portuguesa a adoptar as novas regras ortográficas. Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Portugal também já ratificaram o acordo, mas nenhum tem data marcada para implementar a nova ortografia. Os governos de Timor Leste, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola, interessados em aprovar o acordo, ainda não o fizeram. Que Portugal cumpra a sua função europeia, claro, mas saiba ter para com África (principalmente Angola) a atitude certa e se torne num parceiro desejado.


Que muito mais coisas que, entretanto, nos poderemos permitir pensar porque já teremos passado o pior do aperto económico e social de há muitos e muitos anos e teremos reencontrado a nossa vocação de Nação Persistente que há 900 anos -entre feitos gloriosos e desastres tremendos- chegou a todo o mundo e em cada canto dele há um português a ajudar a perpetuar a lembrança deste país que abre os braços à Europa e ao Atlântico. Quase que só falta tudo isto e, com quase nada, quase que já chegámos ao ponto de partida para entrar nesta era de sonho.


*

Tenho em mim todos os sonhos do mundo
(Fernando Pessoa)

1 Comentários:

Blogger MEB disse...

I am grateful for the kindness. How do I find out?

6 de janeiro de 2009 às 20:09  

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