Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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Localização: Portugal

O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

sexta-feira, 30 de julho de 2010

ESTÁ UMA NOITE SEM RESPIRAÇÃO


Está uma noite de silêncios. Uma noite parada, abrasadora, sem respiração e sem movimento. Nada se mexe debaixo do luar quente (nem árvores, nem flores. Os grilos não cantam com as asas, os pirilampos não brilham, as raízes não crescem, os ribeiros não entoam) que nos deixa vestidas de água que escorre lentamente pela pele e lambe contornos de corpo nu. Suores que tiram sonos e convidam ao desassossego constante que nem o fresco dos lençóis suaviza. É uma noite sem vozes, sem cânticos mas com cheiros inebriantes, fragrâncias doces que surgem em ondas e nos deixam suspensas, na oferta da noite sem respiração onde flutuam, pensamentos, recordações, segredos. Olho a Lua gorda, brilhante, manchada, cúmplice desta canção de embalar oferecida apenas pelos irresistíveis aromas que nos rodeiam e memorizo noites abrasadoras vividas noutros Continentes onde o ritmo frenético, em fúria de emoções, foram um trepidante galopar de vida e de fascínio. Ecoam, ainda, no campo das memórias, o batuque alucinante dos tambores, a cadência das bailarinas que acordaram noites, silêncios e corpos. Sons que ecoam na Alma, embora esta esvoace sempre na mais pura e invejável liberdade. Que quente está o luar!




Aprendi com as Primaveras deixar-me cortar para poder voltar sempre inteira
(Cecília Meireles)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

EXPLORA OS TEUS SONHOS ATÉ À VERTIGEM



...Nós vivemos num oceano de vibrações, de cores, de imagens. O mundo visível não é senão um aspecto, uma imagem, um instante do Movimento, como uma onda no mar, ou uma ponta na trama infinita de um facto. Não há mundo, mas uma multidão de mundos. Aprende a ver o interior das coisas, com os olhos do espírito. Não aceites a realidade superficial das coisas. Essa parede não é uma parede mas, sim, um conjunto de moléculas que rodopiam a uma velocidade louca, um mosaico de vibrações que mexem, giram, se modificam constantemente.Utiliza as potencialidades das visualizações. A forma, a imagem sobre a qual meditas tornar-se-ão realidade. Podes explorar as variações múltiplas do Universo. Tudo dependerá do género de mundo que tu quiseres ver aparecer. É um jogo intenso, hipnótico, que nos faz viajar para longe, sem deixar o instante. Se este mundo te aborrece, então muda de mundo. Mudar de mundo, é mudar de consciência. É preciso desaprender, e aprender de outro modo. No limite das tuas percepções vive uma multidão de formas de vida levando uma existência paralela à tua. Aceita o milagre dos outros mundos como uma realidade, tão verdadeira e tão fugitiva como a tua realidade quotidiana.


Temos uma quantidade de corpos, e apenas temos consciência do corpo material. Podes deslocar-te, passar de um corpo para outro. É como se habitasses num apartamento de um imóvel de cinquenta andares, sem saber que é possível abrir uma porta, explorar as outras divisões, os outros andares. Retoma consciência de ti mesmo. Explora os teus sonhos, os teus desejos, as tuas sensações, até à vertigem. Observa o mundo a partir do espírito, e vê-lo-ás abrir-se, multiplicar-se, enriquecer-se. A sua profundidade é infinita. Pousa sobre o mundo os olhos do mago e ele responder-te-á pelo encantamento dando-te amor. Atrás da aparência das coisas, há estradas, passagens, que levam a outros mundos, outros universos - isto é, outros planos de realidades. Podes entrar numa imagem ou numa música utilizando a meditação, isto é, a concentração do espírito. Não oponhas o visível e o invisível, o mundo material e o mundo do espírito. Seria como afirmar que o gelo não é água. Aprende que a forma não passa de uma ilusão. Nós isolamos as formas, podemos designá-las, nomeá-las, sem saber que elas são as sequências de um ritmo eterno, como o movimento inconstante das ondas.Tudo existe. A meditação abre a passagem, arranca vendas e mordaças, desbloqueia portas e janelas, mostra-nos as outras paisagens e diz-nos: Estais lá. Deslocai-vos! Estais livres. Habitais todos os mundos!... (D.R)




...Aprende a conhecer os poderes do teu espírito, se quiseres conhecer os mistérios da vida...
(Dugpa Rinpoché)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

GOSTAVA DE SER O TEU SONO


Gostava de ser o teu sono, envolver-te sem inquietude nos meus braços como uma onda em tubo que enleia no declinar das tardes de evasão. Gostava de testemunhar a calma doce do adormecimento do corpo nas escapadelas da Alma que voa rumo aos rumos que escolhe livre e misteriosamente. Gostava de ter-te em mim no repouso tranquilo que te leva para caminhos novos por onde deambulas em guerras que desconheces, em aventuras que nunca viveste, em vidas que não te lembras. Gostava de ser o teu sono, guiar-te nos terrenos dos sonhos por onde vagueias sob chuva púrpura mais perto das estrelas que conheces quando elas se reflectem no mar. Nestas viagens nocturnas nunca nos encontrámos. Podíamos unir os sonhos, mas não! Cada um tem o seu espaço livre e vivemos sonos com a suavidade dos adormecidos. Acordada, o meu coração acelera quando te vejo sorridente a olhar-me e, aí, penso em tudo menos em ser condutora de sonhos.




É apenas com o coração que se pode ver direito; o essencial é invisível aos olhos
(Antoine de Saint-Exupéry)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PUFF! A MÁSCARA CAIU...



Era inevitável, os deslizes estavam a dar nas vistas e a delinear-lhe bem o perfil. A máscara (simpática) caiu e no seu tombar quebrou o espelho de cristal que lhe iluminava o sonho. Mas, um espelho partido não volta nunca mais a ter mesma imagem. Premeditada, ingénua ou manhosamente (?) voltou a estar só...



http://www.youtube.com/watch?v=XpG_wvdhkRM





Não conheço nenhuma fórmula infalível para obter o sucesso, mas conheço uma forma infalível de fracassar: tentar agradar a todos
(John F. Kennedy)

domingo, 18 de julho de 2010

PARABÉNS MADIBA PELOS 92 ANOS


Esteve preso 28 anos (1962 a 1990, recusou a liberdade condicional), no Presídio Robben Island, em Cape Town. O seu número de prisioneiro era o 46664. Foi guarda numa mina de ouro, estudante de Direito, advogado, e, na opinião dos adversários: líder rebelde, sabotador, guerreiro, activista, terrorista. Apesar disso, com todo o mérito, foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz (1993). Nasceu em 18 de Julho de 1918, próximo de Umtata, capital da reserva de Transkei. Pertencia à família real da tribo Themba, chefiada por seu pai, Henry Gadla Mandela. Foi um dos maiores líderes políticos da História Moderna. O seu nome é Nelson Rolihlahla Mandela e concretizou (até aí impensável) o feito de ser eleito o primeiro presidente negro da África do Sul (1994 a 1999).


Comandou a transição do regime de minoria ganhando o respeito internacional pela sua luta em prol da reconciliação interna e externa. A luta contra o apartheid, a postura firme e moderada no período de transição para uma ordem democrática sem segregação, o claro objectivo de operar a reconciliação nacional que norteou as suas relações com o presidente Frederik de Klerk, valeram-lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é, provavelmente, o político com maior autoridade moral no continente Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador, conciliador, em tensões e conflitos. O percurso de vida de Nelson Mandela revelou-se extraordinário. Tendo estado preso 28 anos soube resistir a qualquer espécie de revolta que a ausência de liberdade poderia ter fomentado. Hoje, faz 92 anos. Parabéns ao Homem que dominou todas as circunstâncias da sua vida, que ultrapassou limites, que ousou sonhar, lutar e vencer. Que foi sofredor, sereno, humilde, sabedor e fascinante.




A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
(Nelson Mandela)

A VIDA DESCOMPLICADA DOS AVÓS


Uma tarde um neto conversava com seu avô sobre os acontecimentos actuais. Então, de repente, o neto perguntou: - Quantos anos tem, avô? E o avô respondeu: - Bem, deixa-me pensar um momento... nasci antes da televisão, e já crescidinho apareceu, com um único canal e a preto e branco. Nasci antes das vacinas contra a poliomielite, das comidas congeladas, da fotocopiadora, das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional. Não existiam os radares, os cartões de crédito, o raio laser nem os patins em linha. Não se tinha inventado o ar condicionado, as máquinas de lavar e secar, (secavam ao vento) e frigoríficos quase ninguém tinha. O homem nem tinha chegado à Lua. A tua avó e eu casámos e só depois vivemos juntos e em cada família havia um pai e uma mãe. "Gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual. Das lésbicas, nunca tínhamos ouvido falar e os rapazes não usavam piercings. Nasci antes das duplas carreiras universitárias e das terapias de grupo.


Não havia computador. Comunicávamos através de cartas, postais e telegramas. Mails, chats e Messenger, não existiam. Computadores portáteis ou Internet nem em sonhos .Estudávamos só por livros e consultávamos enciclopédias dicionários. As pessoas não eram medicadas, a menos que os médicos pedissem um exame de sangue. Chamava-se a cada polícia e a cada homem "senhor" e a cada mulher"senhora". Nos meus tempos a virgindade não produzia cancro. As nossas vidas eram governadas pelos 10 mandamentos e bom juízo. Ensinaram-nos a diferençar o bem do mal e a ser responsáveis pelos nossos actos. Acreditávamos que "comida rápida" era o que comíamos quando estávamos com pressa. Ter um bom relacionamento, queria dizer dar-se bem com os primos e amigos. Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava as férias juntos. Ninguém conhecia telefones sem fios e muito menos os telemóveis. Nunca tínhamos ouvido falar de música estereofónica, rádios FM, fitas, cassetes, CDs, DVDs, máquinas de escrever eléctricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais as portáteis). "Notebook" era um livro de anotações.


"Ficar" dizia-se quando pessoas ficavam juntas como bons amigos. Aos relógios dava-se corda todos os dias, mesmo aos de pulso. Não existia nada digital, nem os relógios nem os indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas. Falando de máquinas, não existiam as cafeteiras eléctricas, ferros de passar eléctricos, os fornos microondas nem os rádios-relógios despertadores. Para não falar dos vídeos ou VHF, ou das máquinas de filmar minúsculas de hoje. As fotos não eram instantâneas nem coloridas. Eram a branco e preto e a sua revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam e quando apareceram, a sua revelação era muito cara e demorada. Se nos artigos lêssemos "made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "made in Korea", nem "made in Taiwan", nem "made inChina". Não se falava de "Pizza Hut" ou "McDonald's", nem de café instantâneo. Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos.
Os sorvetes, os bilhetes de autocarros e os refrigerantes, que se chamavam pirolitos, tudo custava 10 centavos. Cem escudos dizia-se: "cem mil reis". No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava. "Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia. Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho. Agora diz-me, quantos anos achas que
tenho? - Meu Deus, avô! Mais de 200! - disse o neto. - Não, querido. Tenho 60! (autor desconhecido)





A melhor vantagem do futuro é que chega um dia de cada vez
(Abraham Lincoln)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

HÁ SAUDADES QUE FAZEM DA VIDA UM ROMANCE


Nunca saberei se Angola algum dia me amou. Não importa. Eu amo-a! Aliás, nem sei se os países sabem amar. Também não importa. Eu amo-a por nós duas. O que ficou para trás dos anos que lá vivi são lembranças vitais que percorrem, soltas, o meu espaço de luz com que tinjo a luminosidade futura, oscilando entre o ontem, o hoje, e o amanhã, num esvoaçar divagador (soberbo) que me enfeitiça com o mesmo esplendor com que o fazia quando me deslumbrava ao desfraldar imponente, majestosa, segura, a plenitude exótica da sua imensidão, da suas lonjuras e das suas insinuantes belezas. Ao recordá-la, percorre-me uma certa nostalgia embaciada. Há sussurros na distância que nos separa. Que importa? Na minha pele ainda se conservam os cheiros inebriantes, os perfumes, de uma Angola vibrante e desafiadora e eu, frequentemente, em golpes de asa, arrebatadoramente, provo-lhe que o seu perfume não se evapora. Há saudades que fazem da vida um filme, um romance, um poema.




http://www.youtube.com/watch?v=6jgz0PEmS80






O pensamento é a presença do Infinito na mente humana.
(Emílio Castelat)



sexta-feira, 9 de julho de 2010

EU AMO A LÍNGUA PORTUGUESA


Esta é uma declaração de amor: eu amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter subtileza e de reagir às vezes com um pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento, alerteza e amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la - como gostava de estar montando num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem o tem.


Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida. Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega. Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.(C.L)





Eu queria escrever luxuoso. Usar palavras que rebrilhassem molhadas e fossem peregrinas. Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina seda macia
(Clarice Lispector)

terça-feira, 6 de julho de 2010

JÁ ACREDITEI EM AMORES PERFEITOS...



Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava da minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites a chorar até o sono chegar, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas à frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer. Já menti e já me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta no meu canto. Já sorri, chorando, lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria ter gritado. Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar a uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros. Já fingi ser o que não sou para agradar a uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros. Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.


Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade. Já tive medo do escuro, hoje no escuro encontro-me, sento-me no chão e fico ali. Já caí inúmeras vezes achando que não me iria reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais. Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria. Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava. Já chamei pela mãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e o pesadelo ficou maior. Já chamei pessoas próximas de amigo e descobri que não eram. Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostre o que esperam de mim, porque eu vou seguir meu coração! Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque (sinceramente) sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até empurrar-me de um penhasco que eu vou dizer-lhe: - E daí? Eu adoro voar! (C. L)






Eu sou um poema inacabado, que ninguém nunca leu...
(Clarice Lispector)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A EMOÇAO DE SER FELIZ


Você pode ter defeitos, viver ansiosa e ficar irritada algumas vezes, mas não se esqueça de que a sua vida é a maior empresa do mundo e só você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por si. Lembre-se de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões. Ser feliz, é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas reflectir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz, é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar o autor da sua própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser também capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus em cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz, é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesma. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta.


Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para reconhecer eu errei. É ter ousadia para dizer perdoe-me. É ter sensibilidade para confessar preciso de si. É ter a capacidade de dizer amo-te. É ter a humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para ser feliz. E quando errar no caminho, recomece. Assim, descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. Jamais desista de si mesma. Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de factores a demonstrarem o contrário. (Autor desconhecido? Fernando Pessoa? -embora existam muitos e-mails com este texto assinado pelo poeta, fonte bem informada desmente a sua autenticidade- Augusto Cury? Não consegui confirmar com rigor).

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Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo
(Fernando Pessoa)