Monte da Lua
Há tardes que descem com volúpias e silêncios a cheirar a rosas e a saudades. Há tardes de sonhos ardentes, iluminadas de luz mágica e ânsias de agarrar o tempo desmaiado –“Se tu viesses ver-me hoje à tardinha/A essa hora dos mágicos cansaços/Quando a noite de manso se avizinha/E me prendesses toda nos teus braços” (Florbela Espanca).
Há tardes de encantos e de anseios semeados de fantasias deslumbradas. Tardes diferentes, nossas, vividas em ilusões.Há tardes assim: envolventes, com vozes distantes e murmúrios de vento. São tardes de confidências e ansiedades que nos provocam e agitam como se as flechas da memória nos levassem livres nas asas dos pensamentos. E o que está longe fica perto, o que é impossível concretiza-se, o que é ilógico torna-se compreensível. Tudo se transforma como se, por passes de magia, o cair lento da tarde luminosa estendesse as mãos guiando pelos labirintos do querer, na procura do que anima, preocupa ou estimula.
Sinta as vozes, os murmúrios dessas tardes que falam só para si e relembram lapsos do passado Não que só por si ele seja o único tónus do futuro. Não corra esse risco, não fique parada no tempo mas aprenda-lhe a escutar a voz. A saudade quando entra com força no bater do coração é porque alguma mensagem importante precisa de ser ouvida ou relembrada. “Se tu viesses ver-me hoje à tardinha...”
1 Comentários:
estamos à espera do segundo post...
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