NÃO QUERO SILÊNCIO NOS MEUS SONOS
Quero cavalgar pela noite adentro abraçando os meus sonhos com a ternura de quem ama esse mundo nocturno vindo não se sabe donde, por onde percorro corredores imensos, cintilantes, coloridos ou não; por onde desço escadarias, canto, danço, nos mais empolgantes espectáculos onde, sabe-se lá porquê e como, sou a vedeta principal; luto, morro e renasço nas guerras mais mortíferas, vou a locais que a memória abraçou ou olho paisagens desconhecidas; encontro pessoas com as quais mantenho diálogos com o mesmo raciocínio se estivesse acordada. Já subi ao céu por uma escada de flores e vi o meu nome escrito por estrelas no horizonte. A preto e branco, a cores, em vários idiomas, mesmo os que não domino, o jogo, a provocação, o mistério da noite renova-se sempre que o sublimar acender do céu ilumina a Terra dos mortais e eu, suspensa, deslizo solta num Universo que me prende, fala, indica, provoca, quando me presenteia com encontros impensáveis onde protagonizo um filme que desconheço que dura o tempo da noite e se dissipa no amanhecer. A noite que não domino prende-me, pouso nela como se fosse um campo de algodão, um campo de sonhos, e sem temer as emboscadas das surpresas espero que a extenuação chegue enquanto esvoaço pelos espaços abertos que percorro num bater de asas desafiantes e desafiadoras. Não quero silêncio nem quietudes nos meus sonos, quero apreciar as vertigens de mundos desconhecidos.
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