Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

segunda-feira, 2 de março de 2009

POR FAVOR, NÃO ME ESTRAGUEM A ALMA!


Está aqui -por terras de Sintra- uma noite aberta mas com um frio muito marcante, demasiado inibidor diria eu, encarapuçada dos pés à cabeça. A transparência deixa as estrelas mais reluzentes, mais gordas, mais nossas (seja lá o que isto verdadeiramente queira dizer. Sentimos, teoricamente mas, na prática, receio (!) bem que nunca ultrapasse as pretensões poéticas e nós nunca teremos direito a tocar numa pontinha das nossas estrelas (adoro As Três Marias!). Eu suma, hoje voltei a falar com o céu inundando-o de dúvidas a que, felizmente, ele não respondeu. Se o fizesse, perdia o doce encantatório da esperança prolongada, sempre que há noites ou madrugadas brilhantes.


Estava assim nestas ilusórias divagações quando me lembrei que se tivesse poderes de visão X, estilo Super Homem, conseguiria ver os milhares, milhões, de pedaços, restos de sucata, a navegar no Espaço e, em vez da lonjura poética ficaria apreensiva. Não há muitas semanas um satélite de comunicação norte-americano e um satélite russo desactivado, colidiram a uma velocidadezinha de 670 quilómetros por minuto, estilo Ferrari m-u-i-t-o reforçado, fazendo lembrar a Segunda Circular, em hora de ponta, num dia trepidantérrimo. Mais do que o costume! Pois. Parece que foi o primeiro e o mais grave encontro chapa contra chapa, a 800 quilómetros da Terra.


Não houve problema de maior em virtude, parece, da colisão se ter dado numa órbita inacessível à aviação comercial e onde não é habitual a passagem de satélites ou plataformas. Será. Mas, com tantos milhares de satélites desactivados, boiando na valsa dos esquecidos nas imensidões espaciais, correremos nós, simples e frágeis mortais, o risco de, um qualquer bonançoso dia, apanharmos na cabeça com a maçaneta de uma tresloucada nave? Sim, é que deste encontro Iridium/ satélite russo, na terra dos mortais caíram, pelo menos, 14 mil fragmentos. Vejam lá, por favor, não me estraguem a Alma...


http://www.youtube.com/watch?v=qCit1RP3uys


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Os números governam o mundo
(Platão)


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