UM DIA DE CARNAVAL QUE SE MASCAROU DE BRANCO
O dia vestiu o seu manto de arminho e desfilou ondulante, poderoso, pelos recantos do seu encantamento. Luminoso, subtil, abriu (sedutoramente) os braços ao mundo e saboreou (com prazer) o impacto provocado sempre que oscilava o seu imenso manto de arminho, alvo da neve que espalhava, pintando cenários de diamante: transparentes, rijos, brilhantes, preciosos, agarrando tudo o que encontrava no espaço do seu desfilar desafiador. Endureceu rios, polvilhou ruas, pessoas, edifícios. Criou magias, enfureceu mares, fez brilhar risos de crianças de faces rubras pelo sopro gélido que as agitava. Venceu os desprotegidos da sorte, sem saúde, sem calor, sem defesas. Magoou e deleitou por entre brilhos e sombras num dia de
estremecimentos, de paisagens esplendorosas onde o sol saltitou sem calor e sem chama. O frio e a neve chegaram num dia de Carnaval que se mascarou de branco.
Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos
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