O DIA MAIS SOLITÁRIO E TRISTE DO ANO
Na espuma das memórias recordo que menina ainda, repetia-se em cada Quinta-Feira Santa um ritual de profunda nostalgia, de uma amargura cortante e de uma sensação de abandono, facto que me deixava chorosa e desamparada. Sozinha, no mundo. Era assim que sentia o que para mim era o dia mais triste do ano. Passaram as Primaveras, os Invernos e hoje, muitas décadas depois, continuo a sentir rigorosamente o mesmo.
Quando chega esta Quinta-Feira entro em piloto automático, não sou eu! Perco-me no impacto da emoção e dor que me anestesia. Pelas 15 horas (hora em que Jesus morreu - há várias teorias mas esta é a minha) sinto o silêncio do mundo e, tal como a minha tia Rita, que me criou, dizia: os passarinhos deixam de cantar, as raízes não crescem, as folhas das árvores não mexem, os animais emudecem. Apenas uma pomba branca andará pelos ares até que chegue a meia-noite de sábado.
Fui a muitas missas que assinalavam o Cristo ressuscitado e, aí, abria-se uma porta que me deixava respirar normalmente, com uma alegria desmesurada, Jesus tinha vencido o sofrimento e eu já não estava mais só. Nunca fui capaz de perdoar o que aconteceu em Gólgota, nos arredores de Jerusalém. Olhar uma cruz mortifica-me, não quero recordar um sofrimento dilacerante que me envergonha como ser humano. Mas, a ressurreição de Jesus é a dádiva de Deus aos homens dando-lhes a oportunidade de renovação.
http://www.youtube.com/watch?v=hrtOXih-myU
1 Comentários:
Hola Maria Elvira, soy Maria . Vivimos en México , en la Riviera Maya.
maria.oliveira@bahiaprincipegolf.com
si me escribe, podemos contactar.
Muchos saludos,
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