Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

A minha foto
Nome:
Localização: Portugal

O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SEM AMOR A VIDA NÃO TEM SIGNIFICADO


Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.Simples, mas profundo, preciso. É nos relacionamentos que nos transformamos. Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela ideia e sentimento do outro. Já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão na foz? As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À medida que vão sendo carregadas pelo rio sofrem a acção da água e sofrem o atrito das outras pedras, ao longo de muitos anos, vão sendo polidas, desbastadas. Assim também agem os nossos contactos humanos. Sem eles, a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contacto.


Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, é não evoluir, é não se transformar. É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contacto com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando- me em alguém melhor, mais suave, mais harmónico, mais integrado. Outras, sem dúvidas, com suas acções e palavras criaram-me novas arestas, que precisaram ser desbastadas. Faz parte… Reveses momentâneos servem para o crescimento. A isso chamamos experiência. Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise. Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheios de excessos. Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, ao aproximarem-se cada vez mais da sua essência, e ficando cada vez menores.


Quando, finalmente, aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor. Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor. Pois, Deus fez cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor. Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar. Mas temos que aprender como. Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar. Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado, faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios, superando-os. Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento. E, envolvimento, gera atrito! Minha palavra final: atrite-se Não existe outra forma de descobrir o amor. E sem ele a vida não tem significado
.
(Roberto Crema)



As paixões são como ventanias que enfunam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveria viagens nem aventuras nem novas descobertas
(Voltaire)

2 Comentários:

Blogger Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querida amiga MEB,

Texto perfeito, não podia concordar mais com o autor.
A sua escolha, mais uma vez, prova a sua sensibilidade e experiência de vida.

Amar é tão somente isso mesmo.

Beijos
Bom fim de semana
Beijinhos

17 de outubro de 2009 às 14:20  
Blogger MEB disse...

Obrigada, amiga. Textos assim valem ouro e sensibilizam-me muito. A vida tem disto tudo e nós somos assim! E as nossas procuras são estas e, as finalidades deveriam ser também as referidas. O Amor, é a delicia suprema dos nossos mundos.
Tudo de bom, aproveite este Sol de fim-de-semana e prepara-se para a chuva que vai marcar presença (gosto de chuva!)
Beijinhos

17 de outubro de 2009 às 18:41  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial