Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A paixão de Sir Wiston Churchill

Quem alcançou a casa dos quarenta, sem jamais ter pegado num pincel, ou feito um rabisco a lápis e um belo dia se vê intensamente dominado por um novo e cativante interesse, rodeado de tintas, telas, paletas, sem se sentir decepcionado pelos resultados obtidos experimenta, sem dúvida, uma forte e fecunda emoção. Gostaria que os meus semelhantes partilhassem de igual prazer”.


Este conselho foi dado por Sir Wiston Churchill que se afirmou como político brilhante e escritor notável, apesar de em Harrow, onde estudou, ter sido um mau aluno em todas as matérias, excepto em inglês. Começou como jornalista antes de se dedicar à política. Como estadista foi um defensor acérrimo da Inglaterra, um negociante ímpar e um orador verdadeiramente empolgante.


Famosos ficaram os seus discursos:”Tenho a certeza de que hoje somos senhores do nosso destino, que a tarefa que temos perante nós não está acima das nossas forças; que as dores e dificuldades não estão para lá das nossas capacidades de resistência física. Enquanto tivermos fé na nossa própria causa e uma indomitável vontade de ganhar, a vitória não nos será negada”. Um dos seus preferidos foi dito nos anos 40:”…Não posso prometer-vos senão sangue, suor e lágrimas…”.


Os seus discursos parlamentares eram tão impressionantes como temíveis, as suas ironias agressivas feriam profundamente o alvo que queria atingir. Bem no centro, não admitia falhas. Churchil foi um homem forte na política, sem dúvida, que teve a inteligência de se preparar gradualmente para os tempos de calma que a idade avançada lhe traria.

E, quando eles foram chegando o inflexível político de craveira mundial, soube saboreá-los. Como pintava muito bem as suas aguarelas e esboços ganharam fama e hoje valem fortunas. Escrevia de forma fascinante e, por isso, em 1953, recebeu o Prémio Nobel da Literatura. Era, como se vê, um homem dotado.

Mas foi nas telas que Churchill encontrou a sua grande forma de evasão. Passava horas interligado com a Natureza e dela saboreava-lhe a beleza, o imaginário. Soube captar-lhe a luz, a cor, as formas. Nas telas encontrou espaço para um trabalho criativo e solitário que o ajudou a concentrar-se e, simultaneamente, a libertar-se. De tal forma que expressou publicamente o desejo que todos experimentassem esse prazer.


Recordando o seu perfil e a sua trajectória, acho inteligente aceitarmos o conselho de um homem brilhante, por vezes exaltado, é certo, que negociou de forma ímpar no calor dos grandes acontecimentos que exigiam decisões lúcidas que não admitiam faltas, erros. Foi, simultaneamente, um homem que ajudou a fazer História e que soube saborear a vida.


Façamos como ele! Olhemos para uma tela branca -fixamente- até que um dia, tenhamos a felicidade de conseguirmos ver nela os movimentos, os traços que estão gravados no nosso subconsciente. Vamos nessa. Vamos apanhar formas, mexer nas cores, iluminando-as de luz. Quem sabe, se não está em si uma faceta, um potencial, até agora desconhecido?

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