Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A PEQUENEZ DA NOSSA IMENSIDÃO


As noites macias sabem a silêncios mimados e têm a luz plácida das estrelas que crepitam no rendilhado do vitral fosco do firmamento. Mas estamos a viver desusados tempos de vendavais dispersos, de ventos doloridos, sem brandura, que agitam com severidade invernal, quando o calendário relembra timidamente que é o espaço é da Primavera. E a invulgaridade dos remoinhos dos ares cruzados, em fúrias, amedronta-nos e, o medo, priva-nos da felicidade.


No “ninho” do sofá confortável, no silêncio e na quietude, muitas vezes cúmplice de ilusões e de fugas, os poetas ou nós, simples mortais, falamos mais alto nos livros que lemos e relemos em surdina, nas tais noites de magia quando a chuva cai mansa e desliza pelas vidraças das janelas fechadas. Mas quando os ventos se cruzam em uivos e ecoam pelas veredas das serras ou caem nos mares crispados com sons de medos e destruições, aí, sentimos a pequenez da nossa imensidão.



Maio está a chegar nos bailados de poentes. Maio, doce e sereno, a ecoar acordes de Liszt; a convidar a passeios nas tardes esvaídas no silêncio de solidões povoadas. Maio é, pode ser (devia ser) a passagem da desarticulação dos tempos actuais para uma já desejada tranquilidade primaveril antes de recebermos a euforia estival, ponte inspiradora e revitalizante de alegrias, evasões e fúrias de viver. O Verão é tempo intenso, colorido, de grandes energias, de grandes projectos e, simultaneamente, de vincadas decisões, de eufóricos encontro e dolorosas despedidas. Sempre intensas e sofredoras.


Maio é especial. É um mês envolvente, calmo, sereno, mesmo doce, contemplativo e pode ser marcante: predispõe à doçura de sentimentos, deixa-nos capaz de entender a dimensão do perdoar, de amansar o coração, e predispõe a um melhor entendimento com os outros e como o amor que, subtilmente, paira no ar e nos pode envolver -por artes e magias-, se soubermos abrir as portas à inspiração.


Amor é, devia ser, a palavra permanente e a chave no coração de cada ser vivente no planeta Terra. É a palavra mágica capaz de salvar a Humanidade (com amor não se mata, não se trai, não se corrompe. Não há espaço para a insensibilidade, para a cegueira da Alma. Para a surdez dos sentidos). Parece fraca a ideia mas, não. O mundo, para sobreviver, precisa de amor! Sem amor e sem o riso das crianças, não há Vida!


Maio, das inebriantes flores, tem a envolvência certa para momentos sublimes de profundas e esclarecedoras interiorizações. Experimente, no findar das tardes, olhar o horizonte e deixar-se levar pelo esplendor do Infinito. Ouça os acordes do Universo… só para si. É Maio! Pode ter a quietude palpitante de um oásis.

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