DEBATE NO MISSISSIPI
Foto: Sapo/Windows
A esta hora decorre, no Mississipi, o primeiro dos três encontros televisivos entre McCain (republicano) e Barack Obama (democrata) de extrema importância (em 1960 John Kennedy enfrentou brilhantemente Ricard Nixon e, ainda hoje se diz que ali, na televisão, foi escolhido o Presidente) para os resultados finais das eleições presidenciais americanas que terão a 4 de Novembro o esperado epílogo. Desde o início até ao momento final, a disputa antevê-se permanentemente acesa, disputadíssima e, até hoje (27.9), nada está definido. E a actual crise financeira dos EUA veio confundir mais. Há Estados de extrema importância na decisão final (o da Florida, por exemplo) que parecem debater-se, ainda, na indecisão.
São 3:39 e como não tenho TV Cabo não me é possível acompanhar o frente-a-frente entre os dois candidatos que suponho estar a ser renhido. Outra coisa não é de esperar por quem sente e diz ter capacidades para ser o novo locatário da Casa Branca. Até ao último minuto McCain esteve para não ir mas, bem aconselhado, não primou pela ausência que lhe dava uma imagem de algo que ele, ao longo da vida, demonstrou não ser: cobarde, capaz de virar as costas a um desafio. A justiça tem de ser feita para ambos. Obama foi firme quanto ao cenário de recusa por parte de McCain e afirmou: o povo americano merece saber como tencionam os candidatos liderar a América se forem eleitos.
Campanhas na América são, como se sabe, um mundo: longas, dispendiosas, vibrantes e feéricas. Tudo pode acontecer! Publicidade no site do Wall Street Journal, e uma página publicitária no Washington Post, colocada antes do encontro, dava McCain como vencedor do debate, o que, convenhamos, é, pelo menos, bizarro. Sem quer entrar no campo da futurologia há dados que permitem analisar que, presentemente, McCain perdeu nas tabelas de preferências, a favor de Obama. A escolha da governadora do Alasca, Sarah Palin, teve apenas horas de euforia e tem-se revelado um pouco desastrosa, o que não quer dizer que Obama seja já vencedor. Eleições movem mundos de surpresas e de poder. Fervilham os bastidores, os apoiantes, e, os que tentam tudo para que o resultado final coincida com a preferência do seu voto.
O convite de Bush a Obama para se reunir na Casa Branca, pareceu-me um convite envenenado. Haveria a ideia de colocar o senador de Illinois numa situação frágil, num ambiente que ele ainda não domina, frente aos ainda indecisos, a propósito da crise financeira e do plano do actual Presidente da América (700mil milhões de dólares) que está, como se sabe, a ter dificuldades em ser aprovado? Talvez sim, talvez não. É possível. Tudo é possível! É provável que os republicanos quisessem sentar o seu candidato, McCain, já no interior da Casa Branca para valorizar a imagem, assegurar o protagonismo. Mas isso não aconteceu.
São 4:35 e notícias vindas da Antena Um dizem que este frente-a-frente (morno) que durou hora e meia, foi dominado, como se esperava, pelo tema da crise financeira americana. Quanto ao plano Bush nenhum dos dois intervenientes foi claro -McCain está optimista quanto à crise dos mercados financeiros e Obama afirmou ser a maior recessão dos últimos largos anos-, ambos ficaram pela ambiguidade. Falou-se no Iraque, Rússia, Afeganistão, mas parece que nada de novo foi acrescentado ao que os candidatos à Presidência dos Estados Unidos já disseram nas suas anteriores intervenções. A maior clivagem de opiniões foi sobre o Iraque onde Obama disse que o processo foi mal gerido e McCain afirmou que os EUA estão a ganhar e a América vai sair com honra e dignidade. Uma particularidade interessante: ao longo de todo o debate o candidato democrata nunca deixou de olhar o candidato republicano nos olhos e este, McCain, nunca fixou Obama durante os 9O minutos!
Quanto maior for a crença nos seus objectivos, mais depressa os conquistará!
(Maxwel Maltz)
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