Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

domingo, 13 de setembro de 2009

HÁ SOLIDÕES TÃO GRITANTES QUE QUEBRAM VIDRAÇAS QUE SEPARAM DO MUNDO "LÁ FORA"


Já tenho esta foto há várias semanas e, sempre que a olho, choro. Trata-se de Barack Obama, o Presidente da América, a abraçar uma mulher deficiente, mostrando as duas próteses nas pernas que não tem, motivado seguramente por algun acto agressivo quer por motivo de doença, quer por qualquer outro cenário de violência. O importante, para mim, não é ser o Presidente Obama, é ser um homem que abraça com sinceridade (a foto transpira isso) e amargura uma mulher a quem o destino não tratou bem. O que me sensibilizou e sensibiliza (estou a chorar enquanto escrevo) foi a capacidade de um homem se dar a uma mulher que precisava seguramente de um ombro para se apoiar e chorar. Isso, deixa-me de rastos.


É que no mundo actual as dificuldades são tantas, o isolamento de grande parte da população, mesmo ser ser a envelhecida, é a solidão. E, dentro desses muros de isolamento que são as casas que habitam, cresce nos dias que se sucedem os silêncios gritantes, viscerais, que são capazes de quebrar as vidraças que as resguardam das intempéries do tempo e do mundo lá fora que nem dá pela sua existência. E, por certo, o que mais as faz chorar e distanciar-se, é a falta de um ombro onde possam encostar o rosto e sentir o calor um abraço que não necessita de palavras.


Ninguém é mais solitário do que aquele que nunca recebeu um abraço
(Elias Canetti)



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2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Ao ler este seu texto, não pude deixar de recordar uma frase da Madre Teresa de Calcutá, e que diz: "Por vezes sentimos que aquilo que fazemos, não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor, se lhe faltasse uma gota.". Poderá não ter muito a ver com isto, mas para mim considero que se todos tivesse-mos um ombro para dar e receber, a solidão seria menor e o mundo ganharia novas perspectivas e o Homem também, porque não?
Este exemplo de Obama, poderá ser para muitos um golpe publicitário, uma manobra política, mas a verdade é que deu o abraço e que manifestou um afecto e esse foi importante para quem o sentiu.

14 de setembro de 2009 às 10:49  
Blogger MEB disse...

É isso mesmo! Tudo o que disse era bom se fosse praticado.

14 de setembro de 2009 às 19:36  

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