Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O ABALO APOCALÍPTICO NO HAITI


Haiti, um país paupérrimo, sofreu ontem o mais devastador sismo (nível 7,3 na escala de Ritcher) verificado ao longo de 200 anos, mais precisamente, 240. Ocorreu a 15 quilómetros da capital Porto Príncipe (a 10 quilómetros de profundidade), libertando uma energia idêntica à explosão de 200.ooo quilos de dinamite. Sucederam-se duas réplicas: uma, sete minutos depois (5,5); a outra, 12 minutos (5,9). Esperava-se um tsunami que faria perigar Cuba e a República Dominicana, entre outros países, o que (felizmente) não se confirmou. Fala-se em 100 mil mortos mas, tudo parece indicar que com o passar das horas o número aumentará substancialmente. Porto Príncipe é uma cidade destruída.


Os seus habitantes debatendo-se entre o pânico, a dor, a miséria e não conseguem, por certo, vislumbrar um futuro. Muitos deles tentarão chegar à República Dominicana, Cuba e à costa norte dos Estados Unidos. Apesar de ser um povo habituado ao sofrimento, é dos países mais pobres do mundo, esta dramática ocorrência e a necessidade de reconstruir do nada um país agora em escombros adensa-lhes a dor, apesar de todo o mundo estar a desenvolver uma campanha de solidariedade gigantesca. Mas chegar ao Haiti não é fácil dado que o aeroporto ainda não está funcional o que obriga toda a ajuda fazer-se por terra (via República Dominicana). As placas tectónicas das Caraíbas e América do Norte, que estão em movimento lento e contínuo, chocaram com intensidade e libertaram, dizem os peritos, uma pequena parte da pressão acumulada desde o sismo de 1770, na escala de 7,5, que libertou uma energia 20 vezes maior. O Haiti não precisava de mais miséria. A que tinha já era desespero total. E, precisamente, por ser tão pobre, de construções tão frágeis das imensas barracas em volta da capital, foram arrasadas num ápice, como castelos de areia. Nunca de sonhos, o haitiano há muito que já não consegue sonhar.



Há três coisas que assustam o homem. Uma é o que a Natureza lhe pode fazer: pode fulminá-lo com um raio ou engoli-lo durante um tremor de terra. A segunda é o que os outros homens lhe podem fazer - podem matá-lo na guerra. E a terceira, é o que as suas próprias paixões violentas o podem levar a fazer
(Bertrand Russell)

4 Comentários:

Blogger Luis disse...

Minha boa Amiga,
Neste momento, infelizmente, já estão contabilizados 50.000 mortos, 250.000 feridos e cerca de 1.000.000 desalojados! Dos edifícios só restam os de boa construção e esses a maioria são do Governo ou ligados ao turismo. Está a ser uma grande desgraça para um povo que já era miserável!
Haiti já era um sofrimento antes mesmo deste sismo! Agora é um Inferno!
Concordo que tudo isto resulta das agressões permanentes que o Homem faz à Natureza mas a verdade é que são os povos mais sacrificados que mais sofrem quando isso acontece! Está lá um primo do meu genro que faz parte de uma Organização de ajuda às populações e que foi apanhado neste desastre, mas felizmente nada sofreu e assim continua ajudando os vivos, procurando minorar os seus problemas. Ainda há pouco tempo estivemos juntos e por ele soubemos as dificuldades que o povo Haitiano sofria. Agora então nem faço ideia! Deus os ajude neste momento dramático!
Um beijinho solidário.

16 de janeiro de 2010 às 00:02  
Blogger MEB disse...

Amigo Luís

Que cruz tão grande carrega aquele martirizado povo, há já tantos anos. Há 240 anos que, no Haiti, não havia uma catástrofe assim. Só os anos futuros serão (?) capazes de dar o balanço final deste tão grande desastre humano. Costuma dizer-se que o pão do pobre quando cai é com o lado da manteiga viradapara baixo. É tanto sofrimento, tanta dor que nem somos capazes de avaliar. Nem há palavras para encontrar conforto. Os humanitários, idos de todo o mundo para ajudar, são uns verdadeiros heróis. È a nobreza de espírito elevada ao estado máximo. O seu genro é um deles. Parabéns.
Um abraço amigo

16 de janeiro de 2010 às 20:41  
Blogger Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querida amiga,

Peço-lhe desculpa mas no comentário ao texto anterior ao deixar o meu link, foi também um outro comentário.
Não tenho como elimina-lo, o que lamento.

Realmente não há palavras para esta catástrofe.
Tanta dor, tanto sofrimento, não há palavras para definir os sentimentos de quem vê as imagens que nos vão chegando.

Que cheguem rapidamente ao terreno e junto dos sobreviventes a ajuda necessária, sob pena de morrerem ainda muitos mais à míngua de assistência.

Beijinho

17 de janeiro de 2010 às 00:05  
Blogger MEB disse...

Amiga
O mundo deseja que sim mas, no terreno, deve ser um verdadeiro drama. Beijinhos

17 de janeiro de 2010 às 00:55  

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