Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

sábado, 26 de abril de 2008

BRASIL, O NINHO DO FUTURO


Em breve o mundo será muito diferente do que conhecemos hoje, diz, Jim O'Neill, director de pesquisas económicas do Grupo do Banco de Investimentos Goldman Sachs. Os rumos dos negócios cada vez mais dependerão do sucesso ou do fracasso destes quatro países. O’Neill refere-se ao Brasil, Rússia, Índia e China. Para eles foi criada a sigla BRIC, referenciando-os como os grandes países emergentes do século XXI. A sua ascensão vai incorporar no mercado um vastíssimo número de consumidores que mudarão o rumo da economia mundial.


Em 2050, os BRICs, serão as maiores potências económicas do mundo; ultrapassando a União Europeia e o ainda em crescimento Estados Unidos da América (perderão posição perante a China). Juntos, os países do BRIC, representam uma força global poderosíssima: mais de 40% da população mundial e um PIB de mais de 85 triliões de dólares. As funções dentro do BRIC naturalmente ficariam definidas: o Brasil serviria como fornecedor de alimentos; a Rússia, de petróleo e gás natural; a Índia, de mão-de-obra e a China, de tecnologia.


O Brasil desempenhará o papel de país exportador agro-pecuário tendo como principais produtos a soja, a carne. Tudo isso será necessário para alimentar mais de 40% da população mundial. A cana-de-açucar também desempenhará papel fundamental na produção de combustíveis renováveis e ecológicos, como o álcool e a recente atracção, o biodisel. Além de fornecer matérias-primas essenciais a países em desenvolvimento, como o petróleo, o aço e o alumínio, que também são encontrados nos parceiros latinos, fortemente influenciados pelo Brasil, como a Argentina, Venezuela e Bolívia. Mas talvez o mais importante papel do Brasil esteja nas suas reservas naturais de água, na fauna e na flora, ímpares em todo o mundo, que em breve ocuparão o lugar do petróleo na lista de desejos dos líderes políticos de todos os países. O Brasil ficaria, assim, em 5º lugar no ranking das maiores economias mundiais, em 2050.


O Brasil é, com efeito, avassalador. Intenso. Deslumbrante. Repleto de problemas e de maravilhas. É conveniente e fascinante estar atento ao seu desenvolvimento rumo ao futuro e testemunhar como, no presente, resolverá os muitos problemas que o afectam. O Brasil é dos BRICs o único país que poderá resolver o seu problema de comida e de energia (Celeiro do Mundo, como já foi conhecido. A ideia volta a ressurgir em força).


Foquemos agora as coisas desagradáveis que afectam o país do Corcovado: as favelas são incontroláveis na droga e no crime de toda a espécie. É um país dentro de outro e nenhum deles quer perder a sua independência. Têm acordos com o poder porque também têm muito poder. Há anos, decretaram nas favelas que iam fechar a Baixa e, adiantaram o dia, hora, duração e locais e aconteceu mesmo como disseram, apesar do Governo ter mandado polícia para a rua, garantindo que protegia quem abrisse o comércio e quem fosse trabalhar.


Há dois anos, entre o Natal e a Passagem de Ano, desceram à cidade e roubaram para mostrar que podiam e mataram. Muito. E têm, na Amazónia, fornos ilegais onde queimam árvores vulgares e raras sem diferença, para fazerem carvão e vender. Centenas de quilómetro de fornos artesanais que se vêem por satélite (sabe-se onde estão) e só uma parte é que é fechada (de cada vez) porque senão tira trabalho a muita gente que, em seguida, entraria na ilegalidade. O Brasil tem agora o dengue que está a matar muito mais do que dizem as estatísticas oficiais. E têm mesmo muita corrupção, a todos os níveis da sociedade.


A maioria dos problemas do Brasil são inerentes a todos os outros países, com maior ou menor intensidade. Mas, há particularidades que são muito brasileiras. No mau e no bom. Vamos ao bom. É-me impossível descrever a beleza do país, por dois motivos: não o conheço, mas do que vejo constantemente, através das técnicas avançadas que superam a vulgar foto, sinto que o conheço e, se não soubesse (!) que Deus é português, concordaria que Ele é mesmo brasileiro! A beleza é estonteante e imensa.


Vamos, atentamente, falar de algumas coisas magníficas que o Brasil tem: excelente Televisão, na programação emitida. Muito bom Cinema (em ascensão constante). E têm a música popular brasileira, MPB, de toda a espécie, que só por si é um mundo à parte (fabulosa). E, escreve-se muito bem (no meio de 170 milhões, é muito provável que o próximo Jorge Amado (que almoçava quase todos os domingos num restaurante ao lado da minha casa) já tenha nascido. Escreve-se em língua portuguesa que mesmo sendo do Brasil, é portuguesa!


Aliás, as variações do português no interior do Brasil são imensas e adoptadas por tanta gente que acabam por constituir novos ramos da língua. Há sítios em que se fala português mais incompreensível que o açoriano mais fechado e, são 10 milhões a fazê-lo. É, também, o país do imaginário que funde ciência e religião ao ponto de dar doutoramentos universitários em saberes, fruto dessas associações. E, ainda têm o Nordeste e o Pantanal (que deve ser uma loucura para os sentidos quando, ali, perto da Fonte da Natureza, muito ainda em estado puro, se deve sentir que o olhar e a Alma se espraiam silenciosamente, tal não será a força apelativa) cada um maior que países inteiros, e ainda têm mesmo sertão e coronéis que mandam em quintas do tamanho do Alentejo e Algarve, juntos. O Brasil vai mandar cada vez mais na América Latina, à medida que os EUA enfraquecerem


Estou a escrever sobre um país maravilhoso! O Brasil já há 10 que tem quatro sistemas alternativos de abastecimento de carros e, dois deles, de combustíveis tirados de culturas (a nível mundial há controvérsia sobre o tema). Há 10 anos!!!. Nas bombas, todos os dias. Têm 90% do potencial para todos os novos medicamentos a descobrir nas próximas décadas só a estudar a Amazónia. E, claro, têm o Carnaval do Rio (a folia mundial.Tanta beleza e espectacularidade! O Céu tem mesmo preferidos…) e não contentes com isso têm mais dois ou três tão bons ou melhores, mais conhecidos internamente, como o da Baía e o de Salvador. Por curiosidade: o do Rio e São Paulo, são de invenção portuguesa, e o da Baía e Salvador, são de inspiração angolana. São as maiores e melhores festas do mundo. Devem ver-se do Espaço.


Mas, além do Carnaval, ainda há o Natal em Gramado e Canela, no Sul, para os lados de Porto Alegre. Têm as festas natalícias e do chocolate, talvez das mais grandiosas que existam. Mais suíças e alemãs que as originais, mas a falar brasileiro. Lá, não há a mínima dúvida, é tudo imenso; vejamos, descobriram um mar de petróleo maior que a Península Ibérica que os colocou do dia para a noite no 3º lugar mundial. Ainda têm gás natural nas mesmas dimensões e outra coisa ainda mais preciosa: água doce no subsolo do Rio Grande do Sul. Além dos rios que em caudais somados têm (quase) mais que o resto do mundo junto.E tem 170 milhões de contribuintes. 100 muito pobres e 70 de classe média e uns 7 milhões milionários e, talvez, 700 mil bilionários. É obra! E, em riqueza, ainda só vale pouco mais do que 10 vezes que Portugal, apesar de ter 17 vezes mais população e 1000 vezes pessoas mais ricas. E pensar que o Brasil (lindo) tem ainda tanto para crescer...




Uma gota de chuva
A mais, e o ventre grávido
Estremeceu, da terra.
Através de antigos
Sedimentos, rochas
Ignoradas, ouro
Carvão, ferro e mármore
Um fio cristalino
Distante milênios
Partiu fragilmente
Sequioso de espaço
Em busca de luz.

Um rio nasceu.


Vinicius de MoraesO Rio

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