OS PORTUGUESES ESTÃO EXAURIDOS, DE BELEZA CANSADA. ESTÃO DEPRÊ!!!
A Lu (personagem engraçadíssima de uma boa novela da TVI) que me desculpe mas servi-me das suas palavras: exaurida, cansas-me a beleza e deprê (num plágio descarado aos autores do texto de A Outra) para me inspirar. Os naturais do meu País andam mesmo apáticos, cansados, sem vitalidade e sem brilho. Não estão nem garbosos nem bonitos e, pensando bem (basta olhar atentamente por quem nos passa ao lado), estão os mais deprê possível, espalhando uma nuvem cinzenta que se propaga cada vez que o mundo respira.
Entre o País hipotecado da Drª Manuela Ferreira Leite, o positivismo do Engº Sócrates (ele tenta) e, por fim, o lembrete do Presidente Cavaco Silva, ao dizer aos portugueses que não é altura de desânimos, de baixar os braços mas sim de ir à luta, com vontade de vencer as dificuldades, os portugueses andam numa espécie de duche escocês. Depois da herança da Tanga, surge a etiqueta da Hipoteca, na altura que não devia surgir e dita por quem deveria ter escolhido outras palavras. Não quer dizer que não estejamos mal. Estamos. Estamos nós, e está o mundo! Parece que só os Nórdicos escapam.
Numas crónicas que escrevi em Dezembro, Fevereiro, e mais recentemente, disse que José Sócrates era dos políticos mais brilhantes que apareceram depois da era Marcelo Caetano e que a conjugação PR/PM era excelente. E continuo a pensar o mesmo. Apesar de existirem erros ou realidades políticas menos felizes ou mesmo infelizes, não devemos tomar a nuvem por Juno. O que eu não gosto é da Oposição. Não me convence. Quando lembro que a Drª Manuela Ferreira Leite disse que não tem de apresentar alternativas tem, sim, de ver o que faz o Governo, fico como a Lu: deprê.
Hoje, ouvi (novamente) a deputada Ilda Figueiredo dizer que a ida de Sarcozy à Irlanda, tentando salvar o Tratado de Lisboa (o Tratado está morto. Morto. Repetia) classificando essa atitude de antidemocrática eu diria que a atitude da deputada é antipatriota. É uma atitude feia, havia que dizer também: ou a Europa se une ou então esqueça-se tudo. O Tratado pode ajudar. Havia que dizer que a Irlanda (são mais pró-americanos do que a própria Inglaterra), foi dos países que mais evoluiu graças aos dinheiros recebidos da Europa. Soube geri-los. E, como se sabe, o não ao Referendo, foi baseado no problema do aborto e das forças de segurança. Tinha-lhe ficado bem, em minha opinião, a deputada não se ficar apenas por, uma vez mais, gritar a morte do Tratado.
O povo português anda baralhado, confuso, exaurido, anda de beleza cansada: não se apruma, falta-lhe estímulo. Anda mesmo muito deprê. Culpa dele e de quem os aconselha mal. Não há país sem um povo decidido a ajudar a vencer crises, a derrubar obstáculos, a dar as mãos para dizer: estamos aqui porque queremos um amanhã melhor para os nossos filhos. Queremos exigir mas também queremos dar. Há que superar os erros dos velhos hábitos, há que libertar das mentes tacanhas, que pensam pequeno ou que dividem para reinar. Crie-se uma retaguarda de força mental que nos ajude a subir aos topos das montanhas, dando as mãos aos que desfalecem à beira da praia. Todos temos de pensar (politicamente que cada um seja livre de escolher o seu espaço. Isso é Democracia) como um Primeiro-ministro, como um Presidente da República, numa cultura patriótica que falta (em demasia) aos portugueses. Não somos cultos, não somos trabalhadores, nem somos patriotas. Chocado? É possível, mas é verdade.
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