Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

domingo, 9 de novembro de 2008

O DISCURSO DE JOHN McCAIN



No dia 4 de Novembro, como se sabe, a América escolheu o novo Presidente que chegará à Casa Branca a 20 de Janeiro. Barack Obama foi o grande vitorioso, depois de 22 meses de comícios numa campanha dinâmica, calorosa e contagiante. Sobre o facto já me debrucei, por diversas vezes, neste blogue. Publiquei o discurso de vitória de Obama que merece ser guardado já que é notável. Não podia deixar de publicar o discurso feito em Phoenix-Arizona, do senador John McCain por, no momento obviamente de desalento, ter demonstrado uma elegância e uma dignidade que fizeram dele um derrotado de grande carácter.

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Obrigado. Obrigado, meus amigos. Obrigado por virem aqui, nesta bela noite do Arizona. Meus amigos, chegamos ao fim de uma longa jornada. O povo americano falou, e falou claramente. Há pouco, tive a honra de telefonar para o senador Barack Obama para o felicitar. Numa disputa tão longa e difícil como foi esta campanha, o sucesso dele merece o meu respeito pela sua habilidade e perseverança. Mas, que ele tenha obtido sucesso ao inspirar as esperanças de tantos milhões de americanos que acreditaram erroneamente que tinham pouco em jogo ou pouca influência na eleição de um presidente americano, é algo que admiro profundamente e elogio-o por isso. Esta é uma eleição histórica, e reconheço o significado especial que ela tem para os afro-americanos, para o orgulho todo especial, que deve ser deles nesta noite.

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Sempre acreditei que os Estados Unidos oferecem oportunidades para todos os que são trabalhadores e que têm vontade de vencer. O senador Obama acredita nisso também. Mas, ambos reconhecemos que, embora tenhamos avançado muito desde as velhas injustiças que já mancharam a reputação do nosso País e negaram a alguns americanos as plenas benesses da cidadania americana, as lembranças delas ainda têm poder para magoar. Um século atrás, o convite do presidente Theodore Roosevelt a Booker T. Washington, para jantar na Casa Branca, foi visto como um ultraje. A América está hoje a um mundo de distância do fanatismo cruel daqueles tempos. Não há melhor prova disso do que a eleição de um afro-americano para a Presidência dos Estados Unidos. Que não haja razão agora para que qualquer americano deixe de celebrar sua cidadania nesta que é a maior Nação da Terra.
O senador Obama alcançou um grande feito para si e para este País. Aplaudo-o por isso e dou-lhe os meus sinceros sentimentos, por sua avó não ter vivido para ver este dia. Embora a nossa fé nos assegure que ela repousa na presença do Criador e está muito orgulhosa do bom homem que ajudou a criar.


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O senador Obama e eu tivemos e discutimos sobre as nossas diferenças, e ele venceu. Sem dúvida muitas dessas diferenças permanecem. Estes são tempos difíceis para o nosso País. E eu prometo-lhe esta noite fazer tudo o que me seja possível, que esteja ao meu alcance, para ajudá-lo a liderar-nos, através dos muitos desafios que vamos encarar. Peço a todos os americanos que me apoiaram que se juntem a mim não apenas para o felicitar, mas para oferecer ao nosso próximo Presidente a nossa boa vontade e os nossos esforços mais honestos para encontrarmos a forma de nos unirmos a fim de efectuarmos os compromissos necessários para superar as nossas diferenças e ajudar a restaurar a nossa prosperidade, defender a nossa segurança num mundo perigoso, e deixar para nossos filhos e netos um País melhor e mais forte do que o que herdamos. Sejam quais forem as nossas diferenças, somos todos americanos. E, por favor, acreditem em mim quando digo que nenhuma ligação significou tanto para mim como esta. É natural. É natural, nesta noite, sentir algum desapontamento. Mas, amanhã, teremos de seguir adiante e trabalhar em conjunto para colocar nosso País de novo em movimento.

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Lutemos, lutemos tão duro quanto podermos. E, embora tenhamos chegado perto, a falha foi minha, não foi de vocês. Estou profundamente grato a todos pela grande honra do vosso apoio e por tudo que fizeram por mim. Gostaria que o resultado tivesse sido diferente, meus amigos. A estrada foi difícil desde o começo, mas o vosso apoio e a vossa amizade nunca fraquejaram. Não consigo expressar de modo adequado o quanto me sinto profundamente em divida com vocês. Estou especialmente grato a minha mulher, Cindy, a meus filhos, à minha querida mãe e a toda a minha família, e aos muitos velhos e caros amigos que ficaram ao meu lado através dos muitos altos e baixos desta longa campanha. Eu sempre fui um homem de sorte, e muito mais ainda pelo amor e encorajamento que me deram.

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Vocês sabem, campanhas longas são mais duras para a família do candidato do que para o candidato, e isso aconteceu nesta. Tudo que posso oferecer para compensar é meu amor, gratidão e a promessa de anos mais pacíficos. Também estou, é claro, muito grato à governadora Sarah Palin, uma das melhores companheiras de campanha que já vi, e uma voz nova e impressionante no nosso Partido, pelos princípios que sempre foram a nossa maior força. A seu marido Todd e a seus cinco lindos filhos, pela sua incansável dedicação à nossa causa, e à coragem e graça que mostraram nos percalços de uma campanha presidencial. Podemos todos esperar com grande interesse pelos seus próximos serviços no Alasca, no Partido Republicano e no nosso País.


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A todos os meus companheiros de campanha, Rick Davis e Steve Schmidt e Mark Salter até o último voluntário que lutou dura e bravamente, mês após mês, na que às vezes pareceu ser a mais disputada campanha nos tempos modernos, muito obrigado. Uma eleição perdida nunca vai significar mais para mim do que o privilégio da vossa amizade. Eu não sei o que mais poderia ter feito para tentar vencer esta eleição. Deixarei isso a outros para analisarem. Todo candidato comete erros e, tenho a certeza, de que cometi a minha parcela deles. Mas, não vou gastar um minuto do futuro lamentando o que poderia ter sido. Essa campanha foi e vai permanecer como a grande honra da minha vida, e meu coração está cheio de gratidão pela experiência e pelo povo americano por me conceder uma oportunidade justa antes de decidir que o senador Obama e meu velho amigo, o senador Joe Biden, deveriam ter a honra de nos liderar nos próximos quatro anos. Eu não seria um americano digno desse nome se lamentasse um destino que me permitiu ter o privilégio extraordinário de servir esse País por meio século. Hoje, fui um candidato ao posto mais alto do país que amo tanto. E esta noite permaneço seu servo. Isso é bênção suficiente para qualquer um, e eu agradeço ao povo do Arizona por isso.

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Esta noite, mais do que em qualquer outra noite, tenho no meu coração amor por este País e por todos os seus cidadãos, tenham-me apoiado ou optado pelo senador Obama. Desejo boa sorte ao homem que foi meu oponente e será meu Presidente. E peço a todos os americanos, como fiz frequentemente nesta campanha, que não desesperem diante das actuais dificuldades, mas que acreditem, sempre, na promessa e na grandeza dos Estados Unidos, porque nada é impossível aqui. Os Americanos nunca desistem, os Americanos nunca se rendem. Nunca nos escondemos da História. Nós, fazemos História.
Obrigado, Deus os abençoe, e Deus abençoe os Estados Unidos. Obrigado a todos.


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Aqueles que não amam a mudança são, verdadeiramente, visitantes da Terra
(Richard Bach)




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