Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

A minha foto
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Localização: Portugal

O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A VARANDA QUE SUSSURRA MAGIA...



Esta foto não é igual às outras, às muitas que povoam as minhas lembranças, os meus álbuns ou os meus arquivos informáticos. Esta foto (banalíssima) tem voz! Olho-a diariamente, pausadamente e escuto-a em fascínio puro, autêntico e, aí, puxada pela máquina do tempo, elevo-me do agora e do aqui e estou lá, retirada do cenário envolvente e, suspensa num dos prováveis quatro mundos paralelos, sou ave, sou brisa, sou luz, sou eu, igual a mim própria. Não há limite nem abismos para o meu espaço. Para o meu voo. Não há nem bloqueios nem sequer angústias, apenas a minha essência resplandece com a intensidade do Sol ou a leveza dos anjos. Como sou imensa na minha fragilidade! Os humanos são assim: vertiginosamente poderosos envoltos em medos e dúvidas, desafiando a imaginação, desafiando limites quando ascendem a dimensões alucinantes e libertadoras.


Esta minha preciosidade fotográfica fixa (não sei o autor) o Hotel de Bolama (Guiné), o hotel do sr. Patricío -simpático, profissional, bonacheirão e amigo- onde eu jantava diariamente e foi num dos seus quartos que dormi pela última vez quando pisei a terra da divina e encantatória Bolama de brisas como cestos abertos de frutas tropicais. Vou imaginar o último jantar, a última noite, o olhar para a bagagem de partida que me deixaria na manhã seguinte no aeroporto de Bolama, daí para Bissau e, finalmente, Lisboa.


Hoje não é noite para Mozart, não chega. Opto por Chopin, a sua magia entende melhor a minha saudade amarrado a um tempo que não quero perder. Hoje, é noite para me sentar numa das mesas verdes (de ferro) da esplanada do Hotel do sr. Patrício e fixar aquela varanda majestosa que tem o poder de acalmar a tempestade de uma saudade que, frequentemente, me agita, me provoca, me deixa em perigo ou me sussurra magia...


http://www.youtube.com/watch?v=tvm2ZsRv3C8



A única obrigação em qualquer período da vida consiste em seres fiel a ti mesmo
Richard Bach

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7 Comentários:

Blogger Mónica Lice disse...

Passei por lá há poucos anos e infelizmente não foi esta a imagem que vi... Deu-me uma certa nostalgia, até por imaginar o que foi...

Um abraço.

14 de julho de 2009 às 21:08  
Blogger MEB disse...

Olá, boa noite. Conheço o seu sorriso do blogue da Ana. Estarei enganada? Obrigada pelo comentário. Está degradado? Que pena. Sabe, aquele hotel era uma história viva de muitas histórias. Fui testemunha de tantas! Vou imaginá-lo sempre mejestoso.

20 de julho de 2009 às 21:10  
Blogger Ana Claudia disse...

MEB,

O hotel já é só uma ruína. Lamento.

Eu e a Mónica dormimos uma noite em Bolama numa casa que também devereia ter sido linda e majestosa, mas que agora estava tão degradada ... acho q só dormimos bem, com paredes partidas, portas rachadas, porque o cansaço da aventura que conto no meu blog era imenso.

E que tal escrever umas histórias desse hotel, das pessoas que por lá passaram?

Beijinhos

21 de julho de 2009 às 08:42  
Blogger MEB disse...

É tão dura a frase, o hotel é já só uma ruína, que dentro de mim há uma tendência para recusar a verdade. Tem razão. Ele está mais vibrante do que nunca. Vou contar uma história. No blog. Obrigada, Ana. Vou vestir a minha tristeza de magia...

21 de julho de 2009 às 20:23  
Blogger Mónica Lice disse...

MEB,

De facto, é só uma ruína... Cheguei a fotografá-lo, mas acho que a foto não lhe deve interessar... As memórias devem manter-se intocáveis.

Beijinhos.

27 de julho de 2009 às 00:02  
Blogger MEB disse...

Obrigada Mónica. Tem razão. Custar-me-ia imenso fixar uma ruína das minhas memórias. Vou ficar assim a fingir que agarrei o passado... Beijinhos

27 de julho de 2009 às 20:00  
Blogger Joana disse...

Pois, regressei da minha viagem a Bolama. Vi esse, hotel, está todo em ruínas agora.
Quando disseram que lá actuou Amália admito que é dificil de acreditar!
Estava a ver a foto que tirei desse Edificio e a imagem que tem no seu blog, digo-lhe que quase não se veem as semelhanças. É como se fossem duas coisas completamente diferentes!
Um Abraço **

19 de dezembro de 2009 às 14:01  

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