SILÊNCIO NUMA TARDE DE ASAS SOLTAS
Houve um silêncio feliz naquela tarde de asas soltas, de mãos juntas, unidas, formando uma concha morna onde se sentia o pulsar da circulação nas veias dos pulsos unidos, desafiando a força, o equilíbrio, sem lugar para palavras ou pensamentos. Ali, não havia história, existia apenas a história sem história de duas pessoas de bem que viviam para dentro uma cumplicidade perfeita porque sincera, sem dramas, sem espaço para escutar pensamentos. Cabeça vazia. Coração calmo. Apenas o saborear doce daquele momento de uma tarde cinzenta sem réstia de Sol brilhante que sempre fascina, envolve e protege. Não, ali, naquele silêncio feliz de uma tarde outonal, nada mais teria feito sentido do que um esboçar de um sorriso sedutor, gerador de emoções que anunciam saudade.
*
Muitas vezes, a Alma parece-me apenas uma simples respiração
(Marguerite Yourcenar)
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