E SE ELE SAIR E ELES NÃO QUISEREM GOVERNAR?
A recente visita do nosso Primeiro a Nova York não foi dos seus melhores momentos porque, por ele e por todos os que se lhe opõem em Portugal, deixou-se perceber (para fora) que o País não está a beneficiar de convergência de esforços nacionais. Antes pelo contrário. Os especuladores internacionais vivem destes momentos de fragilidade para encarecerem (ainda mais) o dinheiro que vamos precisar nos próximos anos. Esta falta de sintonia pública e, sobretudo internacional, entre Primeiro-ministro e líder da Oposição (este ainda a operar em modo menor mas também ainda a tempo de reescrever a sua história futura), totalmente desnecessária porque antes do Natal têm que mostrar que se entendem. O desentendimento não deveria ter acontecido. Muito menos no centro de gravidade da Economia e das Finanças mundiais, onde a Bolsa de Valores tem mais volume de negócios que qualquer outra. Aliás, mais do que todas as restantes juntas. Tamanha montra para uma zanga com nenhum sentido de Estado !Bastava ter-se seguido o exemplo de Zapatero, fresco do dia anterior que negociou em Nova York (com sucesso) como se não tivesse imensa Oposição no seu país, pelo menos aparentando a Unidade Nacional q.b. que possa fazer as praças internacionais pensarem que a Espanha tem um plano de recuperação e de desenvolvimento a médio e a longo prazo. E, não é por acaso, até tem. Basta estarem a mostrar que existe (eles até o têm de facto), um pacto político e social para que determinadas áreas estratégicas do desenvolvimento espanhol não fiquem expostas às políticas diferentes em cada Legislatura, como nós aqui deste lado tão bem continuamos a insistir em fazer, para mal do nosso futuro. O mais incrível deste quadro improvável é que os nossos dois protagonistas, além de estarem irremediavelmente agarrados à parte mais simples da solução que é aprovar o próximo Orçamento de Estado, sabem que se o actual Primeiro-ministro sai, deixa ao próximo a obrigação de personificar as medidas ainda mais impopulares e necessárias do que todas até aqui tomadas e o que esse próximo quer é que este actual as tome e já. Ambos o sabem.
O que seria da Oposição se o Governo se demitisse agora e futuras eleições lhes desse a vitória sem que esta tivesse sequer que lutar muito por isso? Ambos sabem também que essa é a perspectiva de uma vitória angustiante. O PR que, a entrar na sua própria corrida, começa da posição mais atrás que jamais começou algum PR candidato a segundo mandato, para já alimentado mais pela tradição do que pela força do seu modelo ou histórico recente, não deverá conseguir fazer a diferença neste impasse, pelo menos em tempo útil. O que vem ai é, então, certamente mais peso fiscal, até porque o dinheiro vai voltar a estar mais caro mas, sobretudo, vem a necessidade absoluta de sentido de Estado na defesa frontal do que se tem que fazer, em ritmo próprio. Que não se distraia com eleições já à porta, exigindo a convergência política, enquanto ao mesmo tempo se tem que encaixar o embate das medidas estruturais que meio mundo internacional nos irá impor, quer por via dos mecanismos da UE, quer por via dos mecanismos da Economia e Finanças internacionais.
O nosso segundo governante mais atacado -só atrás do Primeiro Ministro mais atacado de sempre na nossa história contemporânea-, é bem capaz de ser quem pode dar cara a essa luta. Tem sido uma cara fechada por ser compenetrado e persistente. Mostra-a fechada porque, sobretudo, não tem a menor das paciências para a feira de indisciplina e desrespeito em que se deixa o nosso Parlamento exercer, o que lhe tem ficado muito bem no currículo. O nosso Primeiro que, extraordinariamente, demonstra manter a mesma vontade de luta e de projecto político desde que o conhecemos e como não voltaremos a ver nos próximos largos anos, já há uns tempos que não tem tido oportunidade para promover uma daquelas suas medidas, ainda de boa memória, de profunda e ampla intervenção estrutural no País. Ele pode agora ter a oportunidade de promover a medida estrutural que fará toda a diferença nos tempos que correm com uma Oposição ainda em formação, medida essa no sentido do diálogo político e no da criação de condições efectivas para a adopção das medidas que se devem impor internamente antes que sejam impostas em dobro externamente, fazendo diferença no seu próprio futuro político a dez anos: lançar o seu de tantas lutas, Teixeira dos Santos.
Deixe as suas esperanças, e não os seus ferimentos, moldarem o seu futuro
(Robert H. Schuller)
(Robert H. Schuller)


2 Comentários:
Querida amiga!
Não comento política...estou cansada e desiludida, mas votarei sim, sempre!
Nunca votei neste senhor, mas sei que não é só dele a responsabilidade do que se tem passado neste país.
Vim mesmo, para lhe dar um beijinho doce e dizer-lhe que estou muito bem.
Percebo que consigo também está. Oxalá assim seja e para sempre.
Abraço.
Ná
Que saudades amiga Ná. Ainda bem que passou por aqui. Quanto à política é assim: todos estamos no mesmo barco e, se ele se afundar, vamos, juntos, ao fundo. Estamos a viver uma crise tremenda e perigosissima. É absolutamente necessário (ao menos) que se juntem esforços e saberes numa convergência de Salvação Nacional.
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