CONCERTO PARA O UNIVERSO
Partindo do pressuposto muito remoto, sinto-o, que se alguém nesta vastidão da blogosfera me encontrasse e lesse o que já escrevi (e não foi nada pouco), saberia que o meu encanto pelo Universo já é antigo, dado que o referi numa ou noutra crónica. Mas não tenho ilusões, ninguém dá por mim, mas também não faz mal porque eu continuo a gostar do Universo e fim de excitação (não é citação, é mesmo excitação).
Por isso, quando hoje, às 8 horas, fui acordado com a notícia –que não entendi muito bem porque estava semi adormecida (tinha-me deitado às 3 da madrugada a escrever a crónica do Paganini. Vá-se lá saber porque adquiri esta paixão pelo meu computador, ao lado do qual sou capaz de escrever toda a noite. Nunca fui tão mal paga, mas nunca me senti tão feliz!) não sei quê… de uma canção para o Espaço… dos Beatles… em todo o Mundo. Os meus neurónios (tenho mais de 1. Confirmo) entraram em estado de alerta.
Não sei bem de que cor, talvez amarelo. Ou talvez não, mas também pouco importa. Continuei a dormir. Nem o António Macedo teve o condão de me despertar totalmente (durmo sempre com o Jorge Afonso e acordo sempre com o querido António. Explicando bem para que não me metam em sarilhos.
Sou uma fixada na Antena 1: Acordada, sonolenta, adormecida. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada e não tenho quotas na empresa!). A Bela Adormecida, nos seus velhos tempos, não faria melhor do que eu. Dormi até às 11 horas. E acordei sem príncipe e sem beijinho. Adiante.
Fui desarticular a informação que pensava ter ouvido e, sim senhor. No dia 4 de Fevereiro, uma canção dos Beatles, escrita por John Lennon, em 1969, inserida no álbum “Let it Be”, iria beijar as estrelas com a simpática velocidade de 307 000 de quilómetros por segundo.
Fiquei deslumbrada e, num ápice, aí estava eu envolvida no espaço interestelar pensando na magia que será ir , musicalmente, para a vastidões intergalácticas. Já me tinha dado um fascínio idêntico quando a sonda Voyager 1, lançada pela NASA a 5 de Setembro, de 1997, projectada, com a sua irmã gémea Voyager 2, lançada duas semanas antes, 20 de Agosto, para, entre muitas outras coisas, estudarem os planetas Júpiter, Saturno e, depois de ajustamento de órbita da 2, Urano e Neptuno.
As Voyagers foram concebidas para operar até 2020 mas, o que verdadeiramente me encantou foi, na altura, descobrir que a Voyager 1 levava, para lá da parafernália adequada nas sondas (que eu, claro, não sei bem o que seja) ia um detector de raios cósmicos, de ondas, de plasma, de partículas de baixa energia (grande Google) e… um disco de cobre revistido a ouro e a respectiva agulha, contendo a apresentação para possíveis e distantes civilizações com 115 imagens (os pescadores portugueses estão lá. Se demoram muito a encontrar a sonda, já não há cá pescadores…) 35 sons naturais, vento, água, pássaros e saudações em 55 línguas, incluindo, claro, o Português, a nossa Jóia da Coroa.
Também inclui exertos de música étnica, de obras de Beethoven e Mozart e Johnny B, de Chuck Berry. Mensagens diversificadas tentando demonstrar o perfil da Humanidade, explicando como somos. Penso que a Voyager 2 levou 2 discos de ouro para a possibilidade de, um dia, serem encontrados por extraterrestres. Os discos incluem fotos de pessoas, animais, aspectos variados da Natureza. Enfim, um passaporte diplomático para abrir protocolarmente as estradas espaciais do futuro.
Sempre achei linda a iniciativa e a possibilidade de, mais século, menos dia, os discos irem parar às mãos certas, capazes de saberem e quererem interligar-se com os humanos.
E o que acontece com os Beatles? Ora bem, então é assim: A NASA querendo comemorar os seus 50 anos de existência e também os quase 50 da banda de Liverpool, decidiu escolher o tema “A Cross the Universo” (Através do Universo), para ecoar HOJE no Espaço, emitido pela rede Deep Space Network, direccionada para a estrela Polaris, a mais brilhante da constelação Ursa Menor, situada a 431 anos-luz da Terra (cada ano corresponde a 9460 mil milhões de quilómetros)
Estou siderada. Vou escutá-la à meia noite (são 21.54) e, sabendo que o Espaço e o Mundo também o fazem, vou sentir-me a mais espectacular e brilhante estrela no céu a dançar com o Cosmos.
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