Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A CRISE DO DINHEIRO

Foto: Sapo/Windows

O mundo está envolto na palavra mais focada nos últimos dias: crise! Crise nascida nos EUA onde, parece, emprestaram muito dinheiro a muitas pessoas que não puderam pagar os compromissos assumidos com as entidades bancárias e, a partir daí, o castelo de cartas começou a cair e o eco dessa derrocada teve o efeito de pedras lançados nas águas: círculos atrás de círculos cada vez maiores (dinâmica dos fluídos), ultrapassando rapidamente continentes, abanando (perigosamente) o sistema financeiro global podendo provocar recessão nas maiores economias mundiais. E, como se esperava, chegou à Europa sendo, para já, a França, Alemanha, Itália e Espanha, os países mais afectados. Para dar resposta europeia à crise dos mercados há reunião amanhã, em Paris, com os governos da Alemanha, França, Inglaterra e Itália. Sarkozy não tem tarefa facilitada: pelo tema, pela reacção dos países que não estarão presentes e pela atitude da Irlanda que garantiu (à sua maneira) depósitos nos seus bancos por dois anos.


Aflorado o tema tão resumidamente parece uma realidade simplista mas não é. Pelo contrário. A sua gravidade é tanta que, presentemente, não se pode aquilatar rigorosa nem aproximadamente quais vão ser os resultados finais. Há que acrescentar que além do incumprimento por parte dos devedores tem de se associar a péssima gestão de sonantes nomes do mundo financeiro e empresas consideradas inabaláveis em Wall Street, cujas chefias são pagas a peso de ouro. Aprovado o plano de salvação financeira que funcionará como bóia a náufragos (700 mil milhões de dólares) a crise continua mas está retocada e o verdadeiro custo do plano, no futuro, é impossível de calcular. O empréstimo foi mau, mas seria pior se não existisse uma solução. Os círculos não parariam de aumentar. Na opinião do investidor bilionário Warren Buffett (que perdeu milhões), o plano é absolutamente necessário para ajudar a tirar o sistema financeiro de um Pearl Harbour (base naval dos EUA que foi atacada pelo Japão, em 1941 e provocou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial) económico.


Os EUA não saem bem da foto. Para a maior economia do mundo (o déficit orçamental e a inflação devem subir perigosamente) há muita coisa por explicar mas na euforia eleitoral, que terminará a 4 de Novembro, a altura não é a melhor para analisar e tomar medidas e resoluções que comecem a suavizar os efeitos da recessão, a maior crise financeira desde 1929. Uns pensam que comprar os créditos mal parados penaliza os contribuintes e não os maus gestores. Outros, consideram que o pacote de 700 mil milhões de dólares servirá para ajudar os norte-americanos que correm o risco de perder as suas casas, de enfrentar desemprego e falências.


Uma crise é uma crise e ela nunca tem uma boa hora para chegar. Parece que só os chineses lhe sabem dar a volta já que defendem que uma crise é, sempre, uma nova oportunidade! Assim seja. O Mundo começou a viver um ciclo descendente e não sabe quando e como acabará. A herança que o novo Presidente dos EUA -a ser eleito (por 168 milhões de eleitores) dentro de 30 dias- receberá da actual Administração Bush, é dinamite! Puro.

Há homens que lutam por um dia e são bons; há outros que lutam por um ano e são melhores; há aqueles que lutam por muitos anos e são muito bons; porém, há homens que lutam por toda a vida: esses são imprescindíveis

(Bertold Brecht)


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