ENCONTROS ADORMECIDOS
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(Richard Bach)
Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites
O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com
Abraçar é saudável. Ajuda o sistema imunológico, cura a depressão, reduz o stress e induz o sono. É revigorante, rejuvenescedor e não tem efeitos secundários desagradáveis. Abraçar é um remédio miraculoso. Abraçar é natural. É orgânico, naturalmente doce, sem ingredientes artificiais, não é poluidor, é amigo do ambiente e 100% motivador. Abraçar é o presente ideal. Óptimo para qualquer ocasião, divertido de dar e receber, mostra atenção, vem em invólucro próprio e é totalmente devolvível. Abraçar é praticamente perfeito. Não tem pilhas que se gastem, é à prova de inflação, não engorda, não tem pagamentos mensais, é à prova de roubo e não está sujeito a impostos. Abraçar é um recurso subutilizado com poderes mágicos. Quando abrimos os nossos braços e os nossos corações, incentivamos os outros a fazerem o mesmo. Pense nas pessoas da sua vida. Há algumas palavras que queira dizer? Há alguns abraços que queira dar. Está à espera, na esperança de que alguém peça primeiro? Por favor, não espere! Tome a iniciativa (Charles Faraone).
A última vez que me encontrei com a Lina, foi em Luanda. A tarde estava amena e convidava a um passeio calmo na orla da baía, frente à casa onde vivíamos. Éramos vizinhas e, por isso, frequentemente encontrávamo-nos. Ambas sabíamos que aquele passeio deveria ser dos últimos que habitualmente fazíamos para descontrair, já que tanto eu como ela e a filha (a imensa Vera Mónica. Uma actriz admirável) estávamos com projectos de mudança. A Lina era uma mulher encantadora, bonita, senhora de uma garra contagiante. Eu gostava, apreciava, a forma como ela enfrentava a vida. E era de uma simplicidade tocante. Nunca a vi puxar dos galões para anunciar... sou uma boa fadista. E era! Tinha tido uma carreira de grande nível ao lado dos maiores nomes da época. Admirava-a. Sempre gostei de pessoas bem formadas que se movimentam na vida com sólidos valores morais. A sua dedicação à filha, comovia. A sua Vera era tudo. Era o Sol, era o Mundo, era a Esperança. A vida moveu-se e cada uma foi para seu lado. Nunca mais vi a Lina, nem soube quando morreu. Fiquei triste e, ainda hoje, guardo na memória a doçura do seu sorriso e a grandeza da sua humanidade. Lina Lopes, deixou-nos a 6 de Dezembro de 2006. Para ela, um sorriso atirado ao Céu. Para a Vera Mónica, um abraço caloroso de admiração, amizade e conforto. Há partidas que nunca se preenchem, mas há maneiras de as entender e de não nos deixarem sós. Até sempre, Lina.
http://www.youtube.com/watch?v=va1y4tg_s_U