Brumas de Sintra

Ponto de encontro entre a fantasia e a realidade. Alinhar de pensamentos e evocação de factos que povoam a imaginação ou a memória. Divagações nos momentos calmos e silenciosos que ajudam à concentração, no balanço dos dias que se partilham através da janela que, entretanto, se abriu para a lonjura das grandes distâncias. Sem fronteiras, nem limites

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Localização: Portugal

O meu nome é Maria Elvira Bento. Gosto de olhar para o meu computador e reconhecer nele um excelente ouvinte. Simultaneamente, fidelíssimo, capaz de guardar o meu espólio e transportá-lo, seja para onde for, sempre que solicitado. http://brumasdesintra.blogspot.com e brumasdesintra.wordpress.com

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

BEM-VINDO 2009


Bem-vindo, 2009. Anda, vamos juntos, tu e o mundo, dar as mãos para iniciarmos o futuro de um tempo ainda por viver. Vens encontrar muitos tumultos, dramáticas exaltações e, vê bem, mesmo assim não deixarás de ficar maravilhado com a beleza estonteante deste planeta (azul, dizem). Por seu lado, o mundo aguarda-te com esperança, propósito (firmeza nos anseios) que nesse espaço de horas que perfazem dias, semanas, meses e semestres, ainda em branco, sem mácula, sem desaires nem glórias, consiga forças imbuídas de um espírito novo e dinâmico.


Está prestes a acontecer algo muito importante para milhões e milhões de pessoas: a esperança renascida num mundo melhor. Anda, vem daí, ajudar o 2008 a partir. O teu tempo vai ser difícil, mais do que o do teu antecessor (provavelmente) mas, estamos juntos neste desafio. O tempo é, inteligentemente, de entusiasmo.


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As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém, leais com o que pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos
(Paulo Baleki)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

CORAGEM, SOU EU! NÃO TENHAS MEDO



Neste momento em que as incertezas de um novo ano se apresentam, lembre-se que possui três armas muito poderosas para enfrentá-las: a Fé, a Esperança e o Amor! Quero desafiá-la a permitir que a fé a inspire, que a esperança a ajude a crer em novas oportunidades e que que o amor sirva como princípio básico para guiar a sua vida que necessita da perspectiva da fé! Isto é essencial para se viver uma vida realizada. Precisamos de ser os visionários que podem ver através dos olhos da fé -o que outros consideram impossível. É uma questão de perspectiva. Deus deseja tocar os nossos olhos para que as escamas da incredulidade caiam e possamos vislumbrar no céu as novas possibilidades.


Seguramente conhece o pequeno poema que diz:Dois homens olharam para fora das grades da prisão. Ali, pensando na vida, puseram-se a observar. Um deles viu apenas lama e escuridão, o outro olhou para o céu e viu as estrelas a brilhar! Você precisa tirar os olhos da lama e da escuridão para colocá-los no céu e nas estrelas a brilhar? Peça fé a Deus e comece a ver a vida como Deus a vê. Precisa experimentar a cura que a esperança traz! Quando sentir que tudo está perdido e que o desespero começa-se a instalar espere ouvir aquela voz que, no meio da tempestade, diz: coragem, sou eu! Não tenhas medo! E os ventos e as ondas acalmam-se.


Já ouviu esta voz no meio das tormentas da sua vida? Deus deseja colocar esperança na sua existência para que também possa intervir na vida do seu próximo, levando-lhe a esperança de uma vida melhor. Você anunciará libertação para os cativos, vista para os cegos, liberdade para o explorado e boas novas para os pobres. Peça a Deus para curar a sua alma das feridas da desilusão, das circunstâncias adversas e dos sonhos transformados em pesadelo. Ouse esperar que Deus não cure apenas a sua alma mas a ajude a levar esperança aos que estão à sua volta. Todos precisamos experimentar a vida que brota do Amor!


Pegue nesse Amor e aplique-o nas feridas da sua família, amigos e inimigos. Caminhe como Jesus caminhou: vestindo quem não tem roupa; alimentando o faminto; ajudando o enfermo; oferecendo um copo de água fria ao sedento. Deixe o Amor ser a razão maior da sua existência, o padrão que usa para, no segredo do coração, avaliar e examinar cada pensamento, cada acção, cada plano, cada alvo e cada passo que der.


O verdadeiro Amor é muito mais do que um sentimento que dá arrepios ou faz chorar de emoção. Deixe-me sugerir que examine o seu coração e garanta que você e Deus conversam com intimidade.Tenha 365 dias de Fé, Esperança, Amor e de Deus na sua vida! (texto de L. R. Silvado / Optimismo em Rede)

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Acho impossível que um indivíduo contemplando o céu possa dizer que não existe um Criador

(Abraham Lincoln)



sábado, 27 de dezembro de 2008

RESISTA À TENTAÇÃO DOS EXCESSOS



Estamos numa época de vários excessos, entre eles o alimentar. As mesas fartas (infelizmente nem todas, no aspecto social), decoradas caprichosamente, fazem brilhar não só as luzes das salas como evidenciam a variedade de doces que provocam o mais espartano candidato a saudável e magro. Os olhos quase se trocam quando se olha aquele pedacinho de céu dos gulosos, ali, à mão de semear.


Por isso, tentando fazer uma boa acção no terminar do velhinho 2008 e no abrir os braços ao jovem 2009 (que ainda não nasceu) vou falar de dieta, focando (levemente) o que de pior se pode adoptar nos hábitos alimentares: fritos, sandes (comece em Janeiro a optar por pão de mistura, integral. Diga não ao branco), excesso de sal -Portugal abusa do sal e do açúcar- ovos e carne, produtos lácteos, doces. Diz quem sabe que são dos principais causadores de ataques cardíacos, em todo o mundo. O padrão alimentar do Ocidente é dos piores (corre-se o risco de stress, hipertensão. diabetes, tabagismo, gordura abdominal e colesterol elevado) e nele reside também a péssima possibilidade de 35% de ataques cardíacos. No Oriente, o alto consumo de tofu, soja (o molho de soja tem demasiado sal), peixe, frutas e vegetais, torna-o mais prudente, saudável e reduz 30% das possibilidades de problemas cardíacos.


Depois de umas semanas de excessos (só termina a 6 de Janeiro) convêm adoptar um padrão bem saudável alidado, se possível, a umas idas ao ginásio. A fruta é sempre excelente (sem excessos, claro) mas nesta altura mais do que nunca é um perfeito alimento: gasta uma quantidade mínima de energia para ser digerida. O único alimento que faz o cérebro trabalhar é a glicose e a fruta é principalmente frutose (que pode ser transformada com facilidade em glicose). A fruta contém 90-95 % de água, significa que está a limpar e a alimentar ao mesmo tempo. Todavia, a maioria das pessoas não sabe como comê-la de forma a permitir que o corpo use bem os seus nutrientes.


A fruta deve comer-se com o estômago vazio Porquê? Em princípio, não é digerida no estômago mas sim no intestino delgado onde liberta os açúcares. Mas se encontrarem carne, batatas ou amidos no estômago, a fruta fica presas e começa a fermentar. A melhor espécie de fruta é a fresca ou o sumo feito na altura de beber. Não deve beber sumo de lata ou de recipientes de vidro. Porque não? A maioria das vezes o sumo foi aquecido no processo pelo qual o recipiente é vedado e a sua estrutura tornou-se ácida. Compre uma centrifugadora. Pode ingerir o sumo extraído como se fosse a fruta, com o estômago vazio.


O dr. William Castillo, chefe da clínica de cardiologia Framington, Massachusetts, declarou que fruta é o melhor alimento que podemos comer para nos protegermos contra doenças do coração : contêm bioflavinóides, que evitam que o sangue se torne espesso e obstrua as artérias. Habitue-se, pela manhã, a beber um sumo de fruta feito em casa e vai sentir uma vitalidade intensa. Em tempo de boas intenções, esta não é difícil de cumprir!


Outro hábito salutar que ajuda: os chineses e os japoneses bebem chá quente (de preferência verde) durante as refeições. Nunca água ou bebidas geladas. Líquidos gelados durante e após solidificam os componentes oleosos dos alimentos, retardando a digestão. Daí, o valor de um chá morno depois de uma refeição. Facilita e amolece as gorduras para serem expelidas mais rapidamente, o que também ajuda a emagrecer. Ora, ser saudável e perder uns quilos não é um excelente propósito? É, portanto, tempo de passar da teoria à prática.



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As mentes são como pára-quedas: só funcionam se estiverem abertas
(Ruth Noeler)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

HOJE, É A NOITE DAS NOITES DE TODAS AS NOITES


Hoje, é a noite de todas as noites. A noite das abnegações, dos louvores, das memórias, das lágrimas deslizando por rostos sofridos, saudosos. A noite das alegrias fortes, vividas e partilhadas ou das tentativas (difíceis), de apanhar o ritmo dos sorrisos vibrantes (dos outros) e disfarçar o entusiasmo que não se consegue igualar. Hoje, é a noite das noites de todas as noites: a noite das crianças e do Amor. A noite de todas as referências. A única noite de todas noites onde as estrelas brilham com esplendor inigualável a lembrar a Estrela de outra noite que rasgou o céu e, há dois mil anos, projectou ao Mundo e aos Homens uma Mensagem que não se dilui no peso dos séculos.


Hoje, é a noite de todos os contrastes. De todas as esperanças. De todas as sublimações. De todas as bondades. De todos os perdões. Uma noite de afectos e de encontros. Uma noite de Divindade. Hoje, é uma noite de transformações e de memórias. Uma noite de arrependimentos. Uma noite em que o Homem, se quiser, é capaz de olhar a Estrela, agarrá-la e escondê-la na veia da sua vida. Hoje, é uma noite tão poderosa que pode mudar o Mundo! Pode mudá-lo a si! Hoje, é a noite do nosso Universo. É a noite abençoada. É a noite de dar as mãos e partilhar. Hoje, é a noite dos sonhos maiores.


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Bendita seja a data que une o Mundo numa conspiração de amor
(Hamilton Wright Mabi)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

TENTEI ESQUECER PESSOAS INESQUECÍVEIS



Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei que isso pudesse acontecer mas, também já decepcionei alguém. Já abracei para proteger, já ri quando não podia, já fiz amigos eternos. Amei e fui amado, mas também já fui rejeitado e também fui amado e não amei!


Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, quebrei a cara muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já telefonei só para escutar uma voz. Apaixonei-me por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder). Mas vivi, e ainda vivo!Não passo pela vida. E, você, também não deveria passar! Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante. C.C.
Sir Charles Spencer Chaplin Jr., morreu a 25 de Dezembro de 1977.



O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar
[Charles Chaplin]

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

OS DESAFIOS DE PORTUGAL




Politicamente, sente-se uma efervescência que ultrapassa a crise financeira que, como bola de neve, não pára de aumentar. As fraudes gigantescas sucedem-se e, Madoff, parece ter dado a inesperada machadada final. Não se pode dizer que o modelo do capitalismo fracassou porque o que realmente fracassou -redondamente- foi o modelo humano de valores morais, onde a ausência deles serviu de camuflagem durante anos a indivíduos que atiraram para as ruas da amargura, milhares de pessoas que não mereciam ser enganadas.


Em Portugal, claro, o tema está também na ordem do dia (apesar de se sucederem greves neste período do Natal, como o caso da TAP que, diariamente, perde 5 milhões de euros, numa altura de profundas dificuldades financeiras da empresa. O que se passa com os nossos Sindicatos?) porque muitos foram os atingidos e alguns tiveram comportamentos enganosos, melhor: vergonhosos. Só o futuro irá revelar a verdadeira dimensão da fraude (financeira e moral).


O panorama político, em ano de eleições, mexe-se. Mexe-se muito. Fala-se muito. Em reuniões, jantares, eventos sociais ou vincadamente políticos. Analisa-se a forte descida do PSD e de Manuela Ferreira Leite; a subida de Louça; o reaparecimento borbulhante de Manuel Alegre, preso aos resultados obtidos nas urnas quando se candidatou a Belém; a nomeação de Santana Lopes para a Câmara de Lisboa e a reacção do actual presidente, António Costa. A inesperada saída de militantes do CDS e a vitória (um pouco solitária, não? Mas, expressiva!) de Paulo Portas. Escreve-se, entrevista-se, discute-se. Murmura-se. Face à situação do País, quem perde tempo a envolver-se em situações que não sejam estruturantes não merece credibilidade política.


Questão estruturante seria o PSD perceber que a luta interna de barões e a crise de liderança nesta fase em que Ferreira Leite (não é minimamente uma magnetizadora de massas, independentemente de ser séria e competente na sua profissão) só adia a credibilidade mínima que o maior partido, actualmente na Oposição, já deveria ter para lutar (saudavelmente) contra a maioria absoluta do PS que, por acaso, até precisamos dela e, se tudo correr mal no PSD, será mesmo revalidada. É que José Sócrates tem sido um bom Primeiro-ministro. Os portugueses são para o fechado, para o formal, até um pouco para o cinzento porque essa será a cor com que ficam os acomodados ao fim de muito tempo. Talvez pensem que o muito Sol com que o País é abençoado lhes empreste –definitivamente- uma cor sadia, sem terem que fazer esforço para a ganhar no que fazem, como pensam, como se afirmam perante os outros e o mundo que os cerca. É difícil conquistar os portugueses que geralmente só apreciam o que está para lá das nossas fronteiras. Nem sabemos valorizar a boa imagem que (ainda) mantemos nos recantos do Globo.


Quem não está a contribuir para as pontes internas a estabelecer entre os poderes dentro do PSD e vem a público extravasar tensões políticas mais pessoais do que outra coisa, não merece que se perca tempo analisar a atitude. Falou-se de Pacheco Pereira que não faz a barba mas tem necessidade de se ver ao espelho; então, aparece na Televisão o mais que pode e, em casa, liga- a para se rever. Para nossa felicidade Pacheco Pereira, através da TV, oferece-nos os benefícios resultantes do seu pensamento bem estruturado e informado. Gosta de argumentar e até é um pouco como Churchill, salvo as devidas reservas: não tem ideal e fidelidade política mas sim ego, capacidade e sentido de oportunidade política.


É bom lembrar, por exemplo: Espanha está muito pior que Portugal, económica e, entretanto, politicamente (com o Zapatero a ter um décimo do élan de Sócrates e, mesmo assim, a ser um dos melhores da Europa), apesar de tudo demonstrou qualidade na liderança e maturidade na cidadania ao estabelecer Pactos de Estado para sectores chave do país, envolvendo a Oposição mais representativa enquanto nós estamos a dar cobertura a episódios de opereta, sem nunca sequer termos pensado que devemos fazer ainda mais Pactos de Estado do que a Espanha que, dentro de cinco anos, estará a recuperar (novamente) ao dobro da nossa velocidade.


O PSD deveria apoiar construtivamente Ferreira Leite até às eleições porque será pior mudá-la agora. Perder as eleições com dignidade e, em convergência democrática com os interesses de Estado, utilizar este tempo para preparar a liderança de um Rui Rio, por exemplo. Entretanto, Pacheco Pereira sabe que só a falar indefinidamente na Televisão não consolida a sua imagem política, por isso está a tentar ficar no Parlamento Europeu por uns tempos e, por acaso, está bem preparado (justiça lhe seja feita) melhor do que a maioria dos nossos que lá estão. O PSD deveria apoiá-lo para, pelo menos na Europa, começar a recuperar massa crítica que não conseguirá recuperar, em Portugal, nos próximos dois anos.


Posto isto, sou pelo aumento para o triplo das remunerações de todos os cargos políticos e a redução para um terço desses mesmos cargos. Sou pela criação de Órgãos de Cidadania Activa, que obriguem a classe política a prestar contas directas do seu trabalho e, só com isto limpamos 90% dos actuais políticos e preenchemos os vazios que ficarão com elementos de qualidade. Só com esta medida, quase toda a política de chinelo desaparece do País. E, nós, precisamos disso!



Toda a história do mundo se resume no facto de que quando as nações são fortes nem sempre são justas, e quando elas querem ser justas não são suficientemente fortes
(Winston Churchill)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

SALVO -DUAS VEZES- PELA GRATIDÃO


O e-mail conquista, segundo a segundo, uma funcionalidade e presença estonteantes. Uma só mensagem -via Net- abraça o mundo! Chega onde nunca estivemos e é lida por amigos ou desconhecidos que nunca conheceremos. Há pouco, recebi um mail que recorda o 11 de Setembro de 2001, retirado de uma palestra do Rabino Issocher Frand. O tema é doloroso custa reviver é verdade mas, conhecer histórias humanas que envolveram aquele dia negro, é compreender um pouco mais o que à partida é incompreensível.


No mês de Agosto de 2001, Moshê, um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel em negócios. Na quinta-feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido numa pizzaria, na esquina das ruas Yafo e Mêlech George, no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas, não dispunha de tanto tempo. Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelita perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila à sua frente.


Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez o seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direcção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de se detonar na pizzaria Sbarro`s. Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara ao atentado! Imediatamente lembrou-se do homem israelita que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se ele necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica.


A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para assim aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, entre elas seis crianças. Cerca de outras noventa ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. As pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensanguentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebé coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional já estava a ser desmontado pelo Exército. Moshê procurou seu salvador entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu.


Porém, estava decidido por todas as formas saber o que acontecera com o israelita que lhe salvara a vida. Precisava saber o que acontecera: se necessitava de ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe pela sua vida. O senso de gratidão fez com que se esquecesse da importante reunião que o aguardava. Começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado. Finalmente, encontrou-o num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida. Moshê conversou com o filho que já estava a acompanhar o pai e contou o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso. Que estava extremamente grato e que lhe devia a vida.


Depois de alguns momentos, Moshê despediu-se do rapaz e deixou-lhe o seu cartão e caso o seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em contactá-lo. Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema no seu escritório, em Nova Iorque, do jovem contando que o seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia ficava em Boston. Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias.


Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar o seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque. Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito: afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida, apenas me ofereceu um lugar na fila. Mas, Moshê, nunca pensou dessa forma. Ele sentia-se profundamente grato, mesmo um mês após o atentado e sabia como retribuir um favor. Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar o seu amigo e não foi trabalhar. Assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia 11 de Setembro de 2001, Moshê não estava no seu escritório, no 101º andar do World Trade Center Twin Towers...



Aqueles que nos magoaram fizeram apenas o que sabiam fazer, em função das condições das suas vidas. Se você não perdoar, permitirá que essas mágoas antigas continuem a dominá-lo
(Wayne W. Dyer)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SORRIR, É AMAR A VIDA!



Todos sabemos que a vida não é um ramo de flores suaves e perfumadas que abraçamos perto do coração. Nem sempre é macia e aderente, muitas vezes é áspera, injusta, desmotivadora e desesperante mas, não deixa de ser vida: o bem mais precioso de qualquer ser humano quer habite em Viana do Castelo ou nos Urais. A vida tem fases, tem ciclos, tem tempos de harmonia e de profundos desencontros. Tem épocas definidas de felicidade e outras da mais pungente solidão. A vida é uma floresta de contrastes, de desafios; é uma estrada larga ou não, curva ou em recta, alcatroada ou de terra batida. Pode ser o nosso chão, o nosso mar ou o nosso ar. A vida pode ser o que for e quando for ou como for mas ela, a vida, pode ser transformada por um sorriso que habita no coração, desliza pela circulação, ilumina-se na Alma e resplandece nos lábios.


Perca, perdão, ganhe, enriqueça, 15 minutos do seu tempo. Clique no endereço abaixo indicado e respire cada palavra, cada expressão deste vídeo do youtube. È uma lição (simples, despretensiosa) tocante de vida. Adorei.

http://www.youtube.com/watch?v=Cbk980jV7Ao


Jamais desespere, mesmo perante as mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.
(Provérbio chinês)

domingo, 14 de dezembro de 2008

ENCONTROS IMPERDÍVEIS


Não o tenho em minha casa (21:30, na SIC Radical) há muito tempo, confesso. Apenas há pouco mais de um mês! Bastou-me alargar o meu leque de opções televisivas e, a partir daí, eu e o Jon Stewart, através do The Daily Show (10 Emmy’s, entre outros prémios. Com contrato até 2010) partilhamos (...) momentos de verdadeiro encanto. Adoro este homem. Já o conhecia, claro, mas de vê-lo em casa de amigos quando tinha sorte de apanhar o canal no horário certo. Agora, é tudo mais íntimo, isto é: mais sossegado. Dá para rir abertamente. Dá para tentar apanhar o alvo que ele está a atingir com aquele olhar malandro e um sorriso mais doce que algodão colorido.


Jon não é jornalista mas é visto, admirado e respeitado por muitos como tal, graças a um trabalho notável que desenvolve desde 1999, quando começou a apresentar este mítico show que é uma deliciosa mistura de humor, inteligência, quando foca temas actuais, notícias do dia, panorama político, não se faz rogado e, com maestria, comenta, elogia, ridiculariza com tal sabedoria que provoca o riso e alerta para personalidades ou situações que merecem destaque, tudo subtilmente irresistível e imperdível. Além disso, tem convidados super interessante e o seu Momento Zen é a cereja em cima do bolo.


De cabelos grisalhos, covinhas marotas, uma gargalhada sempre contida este comediante satírico, actor, escritor e produtor (foi o inspirado e elegante anfitrião dos
Óscares de 2006 e 2008), agarra e não larga mais. O seu objectivo, diz, é fazer rir a plateia. Eu diria, fazer pensar o público. Abaná-lo, à sua maneira. Mas, Jon, não é só riso solto. Ainda hoje é lembrada a sua mensagem no primeiro programa após o 11 de Setembro. O programa começou sem genérico (antes desta data tinha imagens das Torres e de Nova Iorque). Os primeiros nove minutos consistiram num Jon Stewart, em lágrimas, a discutir a visão pessoal do acontecimento. O seu discurso acabou assim:


-…A vista do meu apartamento era o World Trade Center e agora desapareceu! Atacaram-no. Este símbolo da inovação, força, trabalho, imaginação, prosperidade, desapareceu. Mas sabem o que se vê agora? A
Estatua da Liberdade. A vista do sul de Manhattan –agora- é a Estátua da Liberdade! Não podem bater isso.



A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.
(Martin Luther King Jr.)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PORTUGAL, PRECISA DE SÓCRATES!



Confesso que fiquei agradavelmente surpreendida quando, há pouco, escutei o ex-Presidente, Dr. Mário Soares, dizer que não é altura de entrar em conflito com o Governo - o País está em crise- e que ele está ao lado do Primeiro-ministro. Antes de continuar digo que não votei em José Sócrates e não estou filiada em nenhum Partido. Aliás, não gostava muito dele mas no decorrer do tempo comecei a conhecê-lo politicamente melhor e hoje, convictamente, penso e digo: este homem está a ser um herói! Até pode estar cansado, saturado, ter feito alguns disparates mas, o melhor é mesmo darem-lhe, nas próximas eleições a maioria. Já nem é ele que precisa dela. Somos nós! É Portugal!


Quando se candidatou e lutou para ganhar as eleições não lhe passou (por certo) pela cabeça que em São Bento o grande inimigo político não seria só a Oposição mas sim os portugueses, a mentalidade portuguesa, a pequenez portuguesa. Dói, escutar argumentos de alguns deputados na Assembleia. Dói, ver no Parlamento Europeu alguns nossos eurodeputados falarem de Portugal de uma forma que envergonha e que mais parecem inimigos declarados do País: estão contra Sócrates, estão contra Barroso. Não haverá uma réstia de luz política que lhes permita ver que nós, portugueses, precisamos dessas reeleições?


Ainda não repararam que os Partidos andam cada vez mais divididos? Que a Drª Manuela Ferreira Leite, nunca escondeu, está a fazer um sacrifício pessoal ao assumir o cargo de líder do PSD? Com sacrifício, não vai lá! Ouvi-la é pesado, quase doloroso, o seu discurso está imbuído de desalento. Ainda não repararam como os Sindicatos estão a manipular os professores que talvez ainda nem se aperceberam que fazem parte de uma estratégia que visa os actos eleitorais que se aproximam e retirar Sócrates da cena política? O Primeiro-ministro devia deixar cair a Ministra da Educação? Por mim diria que sim, mas não pode! Seria um acto de fraqueza da sua parte. Os Ministros são fracos? Alguns são. Outros não. O da pasta das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, considerado o pior da Europa, é errado. Ele é um bom Ministro. O das Obras Públicas (Mário Lino)? Não é notável, mas é um trabalhador incansável. Trabalha num ritmo alucinante.


Portugal enfrenta a crise mundial e, até agora, não é dos países mais afectados (como Espanha) por exemplo. E, por muito que custe aos contestatários não foi Sócrates que fez explodir a dita crise. Todos deveríamos estar unidos para ajudar o Governo a enfrentar da melhor maneira possível, tentando minimizar o impacto do meteorito financeiro que anda a massacrar o mundo. Ah! mas, e os aviões que passaram pelos Açores com prisioneiros a bordo com destino à base de Guantánamo. Aznar sabia, Portugal também! Portugal, tal como marido enganador, continua dizer não. Não sabia. Das duas uma: ou sabia e nega ou não sabia mesmo porque sabendo a Espanha, bastava à América...


É preciso, por uns tempos, baixar os machados de guerra e fumar o cacimbo da Paz. Faça-se como fez a Espanha, penso que no ano passado, quando firmou com a a Oposição cinco Acordos de Estados para ajudar o país. É disso que precisamos: lucidez e coesão política numa altura de ameaças que nos podem atingir, sem dó nem piedade. Ah! mas e os bancos, não há dinheiro para as reformas, aumentos e aparecem milhões para salvar os que erraram e desviaram avultadas verbas...Bom, é assim: não se podia correr o risco de contagiar o sistema bancário nacional com a situação de outros (os portugueses aqui portaram-se bem: não entraram em pânico!)
em situação digamos, vulnerável. O futuro contará como foi mas, o importante, agora, é estancar a situação.


Ninguém me pediu opinião, como facilmente se deduz, mas, ou se juntam (com maturidade) em torno do Governo, todos os quadrantes políticos, ou a Jangada de Pedra, cortada da Europa, já não é solução e não sei se o Presidente José Eduardo dos Santos está disposto a receber, em Angola (com excelente Economia) dez milhões de...como lhes chamar? Vou pensar.





Temos de fazer o melhor que podermos. Essa é a nossa sagrada responsabilidade humana
(Albert Einstein)






domingo, 7 de dezembro de 2008

O FUTURO ESTÁ NA LARANJA!!!


Os ginásios em Portugal são caros. Há casos em que se pode dizer são caríssimos e, nem sempre, as condições se podem equilibrar entre os serviços prestados, a mensalidade e extras pagos, após a assinatura de um contrato que pode agarrar a uma fidelização de doze meses. Há países na Europa, para não andar mais pelo mundo, onde o apoio à cultura física é, desde tenra idade, uma realidade que permanecerá ao longo da vida. O exercício faz parte do dia-a-dia e está presente no desenvolvimento físico e intelectual.


Agora, em Portugal, há (será que com a crise continuará a haver?) um corrupio às piscinas (frequentemente a água não está na temperatura certa, tal como o jacuzzi que pode oscilar entre o frio e o escaldar, o banho turco pode estar tão denso que quase não vê a ponta do nariz ou somente um arzinho quase quente envolve). Quanto às máquinas de manutenção não se corre tanto risco se elas forem de boa qualidade. E é ver, todos os dias, a todas as horas, em espaços geralmente amplos homens e mulheres, jovens e idosos a tentar tratar bem do coração e a manterem-se saudáveis e ágeis. É importante que isso seja feito. Há que seguir o slogan: mexa-se, mexa-se. Da parte física encontra-se apoio nos ginásios mas em casa, temos de continuar o ritmo certo para estar bem. Nós somos o que comemos, a frase é conhecidíssima. Preste atenção ao que foi dito por quem sabe. As universidades de Harvard e Cambridge publicaram recentemente um compêndio com 20 conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida de forma prática e habitual.

* Um copo de sumo de laranja diariamente para aumentar o ferro e repor a vitamina C.

* Salpicar canela no café (mantém baixo o colesterol e estáveis os níveis de açúcar no sangue).

* Trocar o pão tradicional pelo pão integral que tem quase 4 vezes mais fibra, 3 vezes mais zinco e quase 2 vezes mais ferro que tem o pão branco.

* Mastigar os vegetais por mais tempo. Isto aumenta a quantidade de químicos anti cancerígenos libertados no corpo. Mastigar liberta sinigrina (cristalino das sementes de mostarda preta). E quanto menos se cozinham os vegetais, melhor efeito preventivo têm.

* Adoptar a regra dos 80%: servir-se menos 20% da comida que ia ingerir evita transtornos gastrointestinais, prolonga a vida e reduz o risco de diabetes e ataques de coração.

* O futuro está na laranja, que reduz em 30% o risco de cancro de pulmão.

* Fazer refeições coloridas como o arco-íris. Comer uma variedade de vermelho, laranja, amarelo, verde, roxo e branco em frutas e vegetais, cria uma melhor mistura de antioxidantes, vitaminas e minerais.

* Comer pizza. Mas escolha as de massa fininha. O licopene (um antioxidante do tomate), pode inibir e ainda reverter o crescimento dos tumores; e, além disso, é melhor absorvido pelo corpo quando o tomate está em molhos para massas ou para pizza.

* Limpar a sua escova de dentes e trocá-la regularmente. As escovas podem espalhar gripes, constipações e outros germes. Assim, é recomendado lavá-las com água quente pelo menos quatro vezes por semana (aproveite o banho no chuveiro), sobretudo após doenças quando devem ser mantidas separadas de outras escovas.

* Realizar actividades que estimulem a mente e fortaleçam a memória. Faça alguns testes ou quebra-cabeças, palavras cruzadas; aprenda um idioma, alguma habilidade nova. Leia um livro e memorize parágrafos.

* Usar fio dental e não mastigar chicletes. Acreditem ou não, uma pesquisa deu como resultado que as pessoas que as mastigam têm mais possibilidade de sofrer de arteriosclerose, pois têm os vasos sanguíneos mais estreitos, o que pode preceder a um ataque do coração. Usar fio dental pode acrescentar seis anos à sua idade biológica porque remove as bactérias que atacam os dentes e o corpo.

* Rir. Uma boa gargalhada é um pequeno exercício físico: 100 a 200 gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida. Baixa o stress e acorda células naturais de defesa e os anticorpos.

* Não descascar (com antecipação) os vegetais ou frutas, sempre frescos. Devem ser cortados e descascados na hora em que forem consumidos. Isso aumenta os níveis de nutrientes contra o cancro.

* Ligar para seus familiares/pais, de vez em quando. Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% das pessoas que não mantêm um laço afectivo com seus entes queridos, particularmente com a mãe, desenvolvem tensão alta, alcoolismo ou doenças cardíacas, antes do tempo.

* Desfrutar de uma chávena de chá. O chá comum contém menos níveis de antioxidantes que o chá verde, e beber só uma chávena diária desta infusão diminui o risco de doenças coronárias. Cientistas israelitas também concluíram que beber chá aumenta a vida depois de ataques do coração.

* Ter um animal de estimação. As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de stress e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University. As mascotes fazem-nos sentir mais optimistas e descontraídos e isso baixa a pressão do sangue. Os cães são os melhores, mas até um peixinho dourado pode causar um bom resultado.

* Colocar tomate ou verduras frescas nas sandes. Uma porção de tomate por dia baixa o risco de doença coronária em 30%, segundo cientistas da Harvard Medical School.

* Reorganizar o frigorífico. As verduras em qualquer lugar do seu frigorífico perdem substâncias nutritivas, porque a sua luz artificial destrói os flavonóides (combatem o cancro) que todos os vegetais têm. Por isso, é melhor usar a área reservada aos vegetais, que é a caixa ao fundo do frigorífico.

* Comer como um passarinho. A semente de girassol e as sementes de sésamo nas saladas e cereais são nutrientes e antioxidantes. E comer nozes entre as refeições reduz o risco de diabetes e é particularmente indispensável a vegetarianos.

* E, por último, pequenas dicas para alongar a vida:

Comer chocolate: duas barras por semana prolongam um ano a vida. O amargo é fonte de ferro, magnésio e potássio. Pensar positivamente: pessoas optimistas podem viver até 12 anos mais que os pessimistas que, além disso, apanham gripes e constipações mais facilmente. Ser sociável: pessoas com fortes laços sociais ou rede de amigos têm vidas mais saudáveis que as pessoas solitárias ou que só têm contacto com a família. Conhecer-se a si mesmo: os verdadeiros crentes e aqueles que valorizam o ser em vez do ter têm 35% de probabilidade de viver mais tempo.
Uma vez incorporados, os conselhos, facilmente se tornam hábitos.



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Escolha a melhor forma de viver e o costume a tornará agradável
(Séneca)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

UMA HARMONIA SAUDÁVEL


Infelizmente sei que nem todas as imagens que podem ser tiradas no mundo, juntando crianças e animais, conseguem reunir esta beleza numa total sintonia harmoniosa. Há casos penosos, gravíssimos, fatais, onde inesperados ataques por parte de animais escrevem páginas horrorosas que nos deixam mentalmente frágeis e confusas, mas a vida nem sempre é justa, nem sempre é bela e nem sempre é compreensível.


Hoje, no Dia do Voluntariado, vou lembrar os animais e o seu lado bom, bonito, pachorrento, como documenta o vídeo que acompanha o post. Sou voluntária numa loja que vende coisas doadas cuja venda reverte a favor do Canil de São Pedro (Sintra) porque não tenho coragem para olhar os olhos dos cães abandonados que, atrás das redes nos espaços onde permanecem nos olham de tal forma que ficamos amarguradas. Eles anseiam por um dono ou recordam mesmo os que foram capazes ou obrigados a abandoná-los. Por isso, admiro as voluntárias que in loco, diariamente, os alimentam, tratam, acarinham. É um trabalho magnífico de ser testemunhado e louvado.


Gostaria de ter coragem mental para dedicar o meu tempo ao voluntariado com crianças ou enfermos mas, confesso, não consigo. Falta-me essa coragem ou preparação; não sou capaz de sentir que a meu lado alguém sofre. Assim, querendo assinalar o Dia dos Voluntariado, homenageando todas as voluntárias portugueses, nos diversos campos de acção, recuperei este vídeo há muito guardado num cantinho das minhas memórias informáticas.



http://br.youtube.com/watch?v=d_EZDBVuOk4

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Pode conseguir qualquer coisa que queira na vida, se ajudar o suficiente outras pessoas a conseguirem o que elas querem
(Zig Ziglar)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

UM STRADIVARIUS NO METRO



Embora a manhã já tenha passado e nos aproximemos das 17 horas, a tarde contínua idêntica : um manto cerrado de neblina que nos oculta o lado de lá da estrada ou da rua, apenas nos deixa ver os contornos ondulantes das folhas persistentes que não sucumbem aos rigores do frio, à cadência da chuva e, por, vezes à violência do vento que, zangado, assobia para que o escutem bem e se recordem do que ele, em momentos de fúria é capaz de fazer. Não é o caso neste momento. Um silêncio profundo, não agressivo, envolve num abraço quase sensual este retrato de Sintra feito de brumas, de movimentos difusos e de mistérios.


Não adianta procurar pela Serra ou pelo Castelo do Monte da Lua. À nossa volta somente as nuvens caídas nos escondem visões e , simultaneamente, abrem-nos portas para o maravilhoso desconhecido. Esta é uma tarde certa para um banho quente, com pétalas de chá, ou, se puder, entre no banho turco e deixe que as sensações tomem conta de si. Não há local melhor para conseguir libertar o espírito e voar pelos espaços da sua imaginação. Agora, é o momento certo para descontrair.


Recebi há pouco um e-mail amigo que embora tenha dele uma vaga recordação -creio que já o vi há bastante tempo- soube-me bem voltar a estar em contacto com a situação. É a seguinte: um homem desce na estação de metro de NY vestindo jeans, t-shirt e boné. Encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar (com entusiasmo) para a multidão que passa por ali, na hora de grande movimento matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.


A experiência, gravada em ví­deo, mostra homens e mulheres andando rapidamente, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. Conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto e Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour. Somente uma mulher reconheceu a música, o virtuosismo da interpretação e, chegando-se perto dele, demonstrou-lhe a sua admiração e agradecimento pelos momentos de pura arte, vividos na estação de metro, onde largas centenas de pessoas não tiveram tempo para parar, escutando a inegável preciosidade harmoniosa dos sons.


O vídeo do metro está no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

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O mundo é de Deus, mas Ele aluga-o aos valentes
(autor desconhecido)